A Secretaria de Saúde apresentou nesta quarta-feira (26) a prestação de contas de seus trabalhos no primeiro quadrimestre de 2021. A maior parte dos dados apresentados se refere ao período que vai de janeiro a abril e a prestação de contas é sobre aspectos tanto financeiros quanto do próprio serviço de saúde, incluindo dados como o número de exames, consultas e cirurgias realizados pela rede pública de Joinville.
Essas apresentações devem ser realizadas pelos órgãos de saúde do Poder Executivo a cada quatro meses, em finais de maio, setembro e fevereiro, avaliando o andamento do trabalho. A obrigação está na Lei Complementar Federal nº 141/2012. Destacamos alguns dos dados da apresentação.
A despesa média em saúde por habitante em Joinville entre janeiro e abril deste ano foi de R$ 467,30. O número foi apresentado pelo diretor administrativo da Secretaria de Saúde, Fabrício da Rosa. No mesmo período de 2020 foram gastos R$ 438,45.
Foram destinados à saúde no primeiro quadrimestre R$ 279 milhões. Desse valor, pouco mais de 32,8% foram encaminhados ao Hospital Municipal São José (HMSJ).
Logo em seguida, com 32,5%, vem assistência hospitalar e ambulatorial da própria Secretaria de Saúde, o que inclui serviços ligados à urgência e emergência, como o das unidades de pronto atendimento.
Em terceiro lugar está a fatia destinada à atenção básica, com 25,3% das despesas em saúde. Na atenção básica se enquadram os postos de saúde.
Para o vereador Henrique Deckmann (MBD), a destinação de uma porcentagem representativa de recursos para a atenção primária é positiva. “Antes havia uma disparidade muito grande entre área hospitalar e de atenção primária, o que nos mostra que está se investindo mais em prevenção”, afirmou.
Até abril estava em 31,85% o porcentual aplicado em ações e serviços públicos de saúde sobre a receita de impostos líquidas e transferências constitucionais legais. Constitucionalmente o porcentual mínimo é 15%.
Atendimentos diminuem ligeiramente frente a 2020
De acordo com os números apresentados pela gerente de Gestão Estratégica da Secretaria de Saúde, Anna Paula Pinheiro, a rede pública de saúde de Joinville realizou 397 mil consultas médicas no primeiro trimestre de 2021, o que representa uma redução de 2% em relação ao mesmo período de 2020.
O número de procedimentos ambulatoriais também se manteve estável, com apenas 2% de aumento em relação ao mesmo período de 2020, com 2,191 milhões de procedimentos. Segundo a explicação da gerente, procedimento ambulatorial é qualquer procedimento feito em pacientes não internados, incluindo curativos, vacinas, entre outros.
Foram realizados 10.655 procedimentos hospitalares entre janeiro e março de 2021, 1% a menos que no mesmo período de 2020. Segundo a gerente, o Hospital Municipal São José é responsável por 35% dos procedimentos hospitalares de Joinville.
Distribuição de medicamentos aumenta 10%
De acordo com os números apresentados, de janeiro a abril foram 36 milhões de unidades de medicamentos entregues à população nas farmácias da rede pública do município, aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram dispensados 33,14 milhões de unidades de remédios. Os remédios campeões de dispensações foram para o tratamento de hipertensão, diabetes, colesterol, além de anti-inflamatórios e antidepressivos.
Mortalidade por covid-19 em Joinville é maior que média catarinense
Sobre a covid-19, os números mostraram que Joinville teve uma taxa de mortalidade superior à taxa de Santa Catarina como um todo. A taxa de mortalidade se refere a quantidade de mortes em decorrência da covid-19 a cada 100 mil habitantes. Em Joinville foi de 230,9 e, em Santa Catarina, de 204,1 a cada 100 mil habitantes.
Já a letalidade de Joinville foi a mesma que a do estado, ambas 1,6%. A taxa de letalidade é a taxa de mortes em relação às pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
Apesar de as atenções estarem voltadas para a vacinação contra a covid-19, a gerente da secretaria alertou para a vacinação contra a gripe, disponível nos postos de saúde de Joinville. Até 20 de maio, apenas 52.300 pessoas tinham se vacinado contra a gripe, 26,86% da imunização esperada no município.
Desde 11 de maio a campanha de vacinação contra a gripe está voltada para idosos e professores da rede pública e privada. A vacinação contra a gripe está acontecendo paralelamente à imunização da covid-19, mas é necessário respeitar o período de pelo menos 14 dias entre a aplicação das vacinas.
Os dados do andamento da vacina da covid-19 são atualizados diariamente no site da Prefeitura. Até esta terça-feira (25), foram aplicadas 122.099 primeiras doses e 53.783 segundas doses. O grupo que está sendo vacinado no momento é o de pessoas com comorbidades.
Dengue preocupa vereadores; secretário explica ações preventivas
Questionado pelos vereadores Henrique Deckmann (MDB) e Wilian Tonezi (Patriota) sobre as ações da Prefeitura contra a dengue, o secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva, citou algumas medidas, entre elas as armadilhas, que segundo o secretário, são baratas e tem certa efetividade contra o mosquito, além do uso do fumacê.
Ele citou, ainda, que o município pretende aumentar a testagem e cogita adotar a vacina contra a dengue. o imunizante, contudo, não é indicado para qualquer pessoa, sendo recomendado para indivíduos previamente infectados por um dos vírus da dengue.