Foto de Mauro Artur Schlieck
A evasão escolar no ensino médio foi o tema de reunião conjunta das comissões de Educação e de Cidadania nesta quarta (20).

De acordo com o presidente da Comissão de Educação, vereador Roque Mattei (MDB), dados de 2018 do Inep mostram que, em Santa Catarina, dos 93 mil alunos matriculados no ensino médio, apenas 57 mil o concluem, o que faz com que se tenha um índice de 38,71% de evasão escolar. “É um número alarmante”, opinou o vereador.

O professor e diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), Ezequiel da Costa, afirmou que não há como o aluno não abandonar os estudos se ele vê as mazelas da educação em sua escola.

“Além da necessidade de trabalhar, o aluno vê as escolas defasadas, professores desestimulados com os baixos salários, falta de estrutura. Tudo isso faz com que ele vá embora”, afirmou.

“Temos que ter políticas públicas para acolher o aluno”, disse o professor, que afirmou ainda que 11 escolas de ensino médio foram fechadas em Joinville nos últimos anos.

Foi a mesma opinião do pai de aluno Renato Heizen, que reclamou da militarização da Escola de Educação Básica Osvaldo Aranha.

“Essa não é a primeira escola de ensino médio que está sendo fechada. Os alunos vão ter que se deslocar quilômetros para estudar”, disse.

Novo modelo

A representante da Gerência Regional de Educação (Gered) em Joinville, Nelida Alves Hoepers, entretanto, argumentou que desde 2010 existem programas para tentar diminuir a evasão escolar. Ela citou o Programa Ensino Médio Inovador, implantado em 2010.

Nelida afirmou ainda que em 2020 quatro escolas de Joinville contarão com o novo modelo de ensino médio, em que serão ofertadas carga horária diferenciada, segunda língua estrangeira e componentes da área tecnológica.

A conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, Eliene Meyer, lembrou que o município tem usado duas ferramentas para identificar e tentar combater a evasão escolar.

Uma delas é o Programa de Combate à Evasão Escolar, chamado de Apoia, criado em 2001 pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para mobilizar as escolas, os conselhos tutelares, o MPSC e a sociedade em geral para trazer os alunos de volta para a sala de aula.

A outra é a Busca Ativa Escolar, uma plataforma gratuita para ajudar os municípios a combater a exclusão escolar, desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Escola Osvaldo Aranha

Pais e professores da Escola de Educação Básica Osvaldo Aranha estiveram na reunião para pedir que a Comissão de Educação discuta o fechamento de turmas da escola para implantação do Colégio Militar.

De acordo com os relatos, 100 matrículas de alunos para 2020 tiveram que ser canceladas, já que a estrutura da escola será usada para a ampliação de ofertas de turmas do Colégio Militar.

O assunto será tratado na Comissão de Educação do dia 4 de dezembro, às 14 horas. A Comissão de Educação da Alesc, a Gered e a Polícia Militar serão convidados para o debate.

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