A Comissão de Urbanismo voltou a debater hoje (15) a coleta clandestina de resíduos recicláveis. Segundo cooperativas e a Ambiental, caminhões não autorizados estão recolhendo os resíduos antes dos veículos da concessionária. O assunto já havia sido debatido em junho do ano passado.
É a Ambiental que encaminha o material para as cooperativas de reciclagem cadastradas junto à Prefeitura. A concessionária informou que a coleta de resíduos recicláveis tem tido uma queda pequena, mas constante, e que por isso, a empresa já pensa em propor à Prefeitura a redução dos serviços de recolhimento de material reciclável, visto que a frota da empresa está sendo subutilizada.
O gerente da Ambiental em Joinville, Marco Antônio Ávila, afirmou que o roteiro e horários de coleta são públicos, portanto é, pelo menos para a empresa, impossível evitar a coleta clandestina, já que os veículos clandestinos passam recolhendo material pouco antes dos caminhões da Ambiental.
O diretor executivo da Secretaria de Meio Ambiente, Osmari Fritz, afirmou que a secretaria vai trabalhar em duas frentes na tentativa de resolver o problema. Uma delas, segundo ele, é intensificar o trabalho de conscientização da população para o descarte correto de material reciclável, na tentativa de aumentar a quantidade de recicláveis que chegam às cooperativas.
A outra será o aumento da fiscalização para evitar a coleta clandestina. Além disso, segundo Osmari, o grupo gestor de reciclagem de resíduos sólidos – formado por Sama, Seinfra e Secretaria de Assistência Social – será acionado.
Falta de material
Representante da Associação Ecológica dos Catadores e Recicladores de Joinville (Assecrejo), Severino Tavares Nunes afirmou que a questão dos resíduos recicláveis já avançou no município, visto que agora as cooperativas de reciclagem têm a licença ambiental para a atividade, mas ultimamente tem faltado material por causa da coleta clandestina.
“Estamos trabalhando da forma correta e acabamos sendo prejudicados”, reclamou.
Severino destacou ainda o caráter social das cooperativas. “São famílias com vulnerabilidade social que trabalham com a gente, tiramos pessoas das drogas e do álcool, mas se não tiver material, eles não vão ter como trabalhar”, afirmou.