A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde se reuniu extraordinariamente na manhã desta quarta para receber a secretária da Saúde de Joinville, Francieli Schultz. Acompanhada de oito gerentes do órgão, a secretária foi questionada sobre os serviços prestados nas unidades gerenciais da pasta. A falta de medicamentos e de repasses financeiros e o não cumprimento de ações judiciais também foram temas abordados pela secretária.
Sobre a falta de medicamentos, Francieli Schultz diz que não há uma única justificativa. Ela disse que fornecedores preferem fornecer para uma drogaria privada à uma pública e que alguns medicamentos sofreram com falta de matéria-prima, como a Penicilina. O medicamento teve a produção interrompida no Brasil e de acordo com a secretária, os pacientes em Joinville tiveram o medicamento substituído, sem serem prejudicados.
“O município está com dificuldade de pagar a segunda parcela do 13° salário. Antes de pagar essa segunda parcela a Secretaria da Fazenda não fará nenhum repasse a Secretaria de Saúde para a gente custear medicamentos”, declarou.
“O último repasse da farmácia básica do Estado foi em maio. Ao mesmo tempo o governo federal também deixou de fazer repasse para o estado. Onde estoura o problema? Estoura no município”, acrescentou.
Francieli Schultz usou o exemplo da unidade do Bairro Glória, a menor do município, possuindo apenas 80 m² “nunca vai ser acessível do jeito que está ali”. Segundo normas federais, as unidades devem possuir 400 m².
Em virtude da reclamação da falta de médicos nas unidades de Pronto Atendimento do município, o vereador Manoel Bento, membro da comissão, solicitou que a secretaria encaminhe para a comissão a escala dos profissionais para o período de fim de ano. O objetivo é acompanhar o cumprimento das escalas.
A comissão é formada pelos vereadores João Carlos Gonçalves (PMDB), Jaime Evaristo (PSC), Maycon Cesar (PSDB), Manoel Bento (PT) e Roberto Bisoni (PSDB).
Texto: Jeferson dos Santos / Foto: Daniel Tonet