Comerciantes e prestadores de serviços da rua Jerônimo Coelho, no Centro, onde há quatro imóveis tombados, expressaram indignação com demora em obras do Rio Mathias em reunião das comissões de Urbanismo e Legislação na tarde desta quarta (4). Os trabalhos, que começaram em junho de 2014, deveriam ter sido finalizados há dois anos, mas foram interrompidos pela empreiteira por dificuldades no recebimento pela Prefeitura.
Vereadores intermediaram as discussões entre os afetados pelas obras e os representantes da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e das empresas contratadas para realização da obra.
Conforme a Seinfra, não há como definir um prazo para a conclusão da obra neste momento, ainda que a instalação das galerias entre a Jerônimo e a avenida Juscelino Kubitschek possa ser realizada em cinco meses assim que as obras forem retomadas. As obras na Jerônimo, especificamente, poderiam ser concluídas em cinco meses.
O secretário Romualdo França explicou que o método de execução das obras, concebido entre 2011 e 2012, foi iniciado para não se perder recursos federais liberados na ocasião. “Hoje já descobrimos que o melhor método construtivo não é esse que estamos executando para esse tipo de solo, para esse tipo de cidade, para esse tipo de movimento que nós temos”, disse Romualdo.
França explicou também que a Procuradoria Geral do Município, temendo prejuízos legais em razão dos contratos estabelecidos, não concordou com a mudança de método de construção.
Poeira e bate-estaca
O proprietário do Centro de Formação de Condutores Príncipe, José Roberto Vieira, questionou se haveria meios de diminuir os impactos das máquinas de bate-estaca, bem como o incômodo com a poeira resultante das obras. Ele relatou ter recebido um pedido de desocupação do imóvel onde trabalha, que é tombado pelo patrimônio histórico.
A Jerônimo possui, em sua totalidade, cerca de 380m e tem quatro imóveis tombados, três deles entre as ruas Itajaí e Rio Branco.
Outro proprietário de autoescola, Fernando Bublitz afirmou que nenhum dos comerciantes é contrário à realização da obra. Sua principal reclamação é que “não há clareza sobre o que está acontecendo, sobre retomada da obra ou conclusão”. O advogado Carlos Alberto ressaltou que os prestadores de serviços querem participar do planejamento.
O secretário de Infraestrutura, Romualdo França, explicou que uma das próximas tarefas nas obras da Jerônimo é a instalação das galerias, assim que for concluir o estaqueamento.
Diretor-executivo da Seinfra, Thalles Vieira afirmou que o ritmo de avanço das obras deve ser de aproximadamente 1,5m por dia e assegurou aos comerciantes que reuniões quinzenais seriam realizadas para alertar os afetados como meio de preparação.