Foto Mauro Arthur Schlieck

O impacto de cortes no ensino superior público de Joinville será tema de debate na Comissão de Educação no próximo dia 22, às 14h. O debate deve ter representantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc) e do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

Na semana passada, a CVJ lançou uma moção de apoio à Udesc, pedindo ao governo estadual que reveja a redução do duodécimo usado no planejamento da universidade.

A reunião da Comissão de Educação foi marcada após uma manifestação da coordenação do curso técnico de Enfermagem do IFSC, que completa 25 anos em 2019 e é o mais antigo curso de educação federal em Joinville.

A coordenadora do curso técnico, Débora Rinaldi Nogueira, explicou que há, por parte do IFSC, interesse na abertura de uma graduação em Enfermagem, mas que acarretaria uma diminuição no número de turmas do técnico. Atualmente são quatro, mas passariam a ser duas, ofertadas apenas no meio do ano. A entrada para a graduação seria realizada no início do ano.

A vereadora Iracema do Retalho (PSB) trouxe então preocupações com os debates em nível nacional sobre diminuição do recurso para o IFSC. O diretor-geral do campus do IFSC em Joinville, Valter Vander de Oliveira, disse que “para os joinvilenses, ter um instituto federal é fundamental”. O diretor usou seu próprio exemplo, como formado pelo ensino técnico público fora da cidade, da necessidade de se ter uma formação pública na Joinville. Segundo ele, mesmo que se tenha algum replanejamento, “não vamos recuar, não vamos parar”.

Presidente da Comissão de Educação, o vereador Roque Mattei (MDB) observou que o governo federal tem usado para justificar as medidas de redução de investimentos em educação uma conta na qual são comparadas as despesas entre alunos do ensino fundamental e do superior. Porém, para Mattei, as comparações que se devem fazer são com outros países.

Conforme reportagem da BBC em 2017, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou que o Brasil investia, naquele ano, US$ 11,7 mil por aluno no ensino superior. Na ocasião, o valor era próximo ao de países como Estônia, Portugal e Espanha, embora ainda ficasse atrás da média dos países analisados pela OCDE, que chega a US$ 16,1 mil, puxada para o alto por países como Estados Unidos, Noruega e Reino Unido.

Mattei, que foi secretário de Educação entre 2013 e 2018, entende que são necessários mais investimentos em educação, e que não adianta retirar do ensino superior para colocar no fundamental. “Corremos o risco de perder o bonde tecnológico”, pontuou.

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