O presidente da CPI, Wilian Tonezi (Patriota), questionou a coordenadora Gabriela Albiero, da Caixa, sobre as alterações feitas no projeto de macrodrenagem do Rio Mathias, solicitadas pelo banco à Prefeitura de Joinville. Ela informou que foram solicitados ajustes, mas que não poderia responder tecnicamente. Ela explicou que a Caixa recepcionou a documentação e fez a verificação para saber se o que estava sendo proposto estava de acordo com a seleção do Ministério de Desenvolvimento Regional, o gestor dos recursos.

O engenheiro Juliano Trevisan, gerente de habitação da Caixa, acrescentou que o banco não fiscaliza, apenas recebe um boletim de medição atestado pelo fiscal da Prefeitura, com o qual a Caixa faz aferição para ver se condiz com a realidade da obra, permitindo, assim, a liberação dos recursos.

Relator da CPI, Diego Machado (PSDB) disse que a empreiteira que executou a obra reclamou em diversas vezes sobre a morosidade no pagamento das medições. A Caixa Econômica Federal informou que os pagamentos eram feitos após vistoria, e a comunicação para liberação de recursos era feita pela Prefeitura.

Gabriela Albiero respondeu que durante o processo era feita a formalização do desbloqueio do recurso, mas não havia o crédito do recurso pelo ministério das cidades até o final de 2018. “Existia a obra executada e atestada pela fiscalização, a vistoria estava realizada e o desbloqueio também, mas dependia do crédito em conta do contrato pelo ministério das cidades”, disse a coordenadora.

Quebra-cabeça ainda aberto

Segundo Tonezi, as respostas dos representantes do banco não foram satisfatória e não corroboraram com as investigações. O presidente da CPI disse, ainda, que “será preciso chamar os engenheiros e responsáveis técnicos no banco para montar este grande quebra-cabeça”.

O sócio-proprietário da Azimute Engenharia, Luiz Antonio Ramuski, informou que o contrato da Azimute Engenharia com a Prefeitura começou em junho de 2014 e encerrou em setembro de 2018. Foram feitas 47 medições e mais de 30 notificações. O papel da Azimute era dar apoio técnico, notificar, informar, aferir quantidade e qualidade dos serviços realizados e alertar a comissão de fiscalização do município.

Numa manifestação junto ao Ministério Público foram feitos apontamentos com os principais relatórios e as abordagens com as desconformidades verificadas. O engenheiro Edson Rocha Nery, da Azimute, não lembrou de todos os itens incluídos no relatório, mas pontuou que a obra tinha sérias dificuldades construtivas por ser no centro da cidade.

Para o vereador Wilian Tonezi ficou claro que a Azimute Engenharia participou da fiscalização da obra, porém não tinha poder decisório. A empresa colaborará com as investigações da CPI, enviando materiais que não foram relacionados no relatório. A Comissão Parlamentar de Inquérito se reunirá na próxima segunda- feira (15), às 09h, para os depoimentos dos representantes da MVK Engenharia.


Texto
Gretchen Gartz
Fotos
Mauro Artur Schlieck
Edição
Felipe Faria


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