O corte no fornecimento de passagens de ônibus para alunos da rede estadual que estudam longe de suas casas foi tema de debate na Comissão de Participação Popular e Cidadania hoje. A reclamação dos estudantes presentes era que não houve aviso prévio sobre seu cancelamento. Até o final do ano passado, as passagens chegavam normalmente. Na reunião estavam presentes estudantes da Escola de Educação Básica João Colin, da Escola de Educação Básica Rodolfo Meyer e da Escola de Ensino Médio Governador Celso Ramos.

Segundo a representante da Secretaria Estadual de Educação, Margariane Bussmann, o repasse está ocorrendo normalmente, mas apenas para alunos que estudam a mais de 3km de suas residências, como prevê o Decreto Estadual 3.091/2015. “Os alunos que não estão mais recebendo passes são aqueles que possuem escolas mais próximas com vagas disponíveis. Logo, eles não precisariam do passe, porque existem escolas que estão mais perto”, diz Margariane.

De acordo com a Presidente da União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (Ujes), Pâmela Heerdt, os estudantes continuam indo para escolas localizadas distantes de suas casas porque as vagas que existem nessas escolas são apenas no período noturno, o que geraria um problema para eles. “Para se estudar à noite é preciso uma declaração da empresa em que você trabalha durante o dia. Esses alunos não trabalham, logo, não podem ocupar essas vagas e fica inviável”, comenta.

Já alunos como Renan Golembiewski, do 2º ano da EEB João Colin, não poderiam ter acesso a uma vaga no período da tarde por realizar cursos no período matutino e noturno. “Eu faço esses cursos e só tenho a tarde livre. Se os passes não voltarem, vou ter que deixar a escola, porque não tenho dinheiro para pegar ônibus todos os dias”, lamenta.

Para o vereador Adilson Mariano (PSOL) a culpa não é dos estudantes, já que eles nem tiveram tempo de realizar a matrícula em outra unidade escolar por não saberem do problema. “Esperaram os alunos se matricularem para então avisar que os passes seriam cortados. Agora as aulas já começaram, como que eles vão sair e ir para outra? Isso foi um erro do estado, não dos estudantes”, justifica.

Segundo Margariane, está sendo feito o possível para que os problemas sejam resolvidos até a próxima segunda-feira, dia 21.

Texto: Carolina Manske / Revisão e edição: Sidney Azevedo / Foto: Nilson Bastian

Deixe um comentário