A possibilidade de instalar corredores exclusivos para motos nas ruas de Joinville foi debatida ontem na reunião da Comissão de Legislação, Justiça e Redação. Representantes dos órgãos de planejamento urbano e de trânsito da Prefeitura explanaram razões para evitar a implantação desses corredores.
Conforme o diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj), Vladimir Tavares Constante, colocar corredores como esses seria um incentivo ao uso de motocicletas, quando a Política Nacional de Mobilidade Urbana estabelece a prioridade de outras modalidades de transporte sobre o individual motorizado.
Ouça o diretor-presidente do Ippuj sobre prioridades de mobilidade urbana conforme Lei Federal
Proponente do Projeto de Lei 323/2014, o vereador Jaime Evaristo defende os corredores para motos porque, no entendimento dele, isso diminuiria o número de acidentes que acarretam maior número de atendimentos em hospitais da cidade.
Constante disse que compreende a preocupação do vereador, mas posicionou-se contrário à criação dos corredores. O diretor-presidente do Ippuj disse que 6% das viagens realizadas em Joinville são realizadas em motos e que 25% da frota em circulação na cidade são motos, mas que 80% das internações por acidentes de trânsito que ocorrem na cidade são usuários desse transporte.
O gerente de trânsito do Departamento de Trânsito (Detrans), Samuel Gomes, observou que a implantação dos corredores poderia intensificar a gravidade dos acidentes, especialmente na proximidade de cruzamentos, em que os carros que precisem converter a uma rua possam acabar gerando problemas para as motocicletas. Gomes observou que o corredor poderia acarretar também maior velocidade das motos, fonte de mais acidentes.