A representante do Ministério Público Estadual, da 15ª Promotoria dos Direitos Humanos, promotora Simone Schulz foi a convidada especial para participar da reunião extraordinária conjunta das Comissões da Saúde com a Participação Popular da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ), realizada na tarde de hoje. O precário estado por que passa a saúde pública de Joinville foi o tema central dos debates e o principal objetivo era encontrar alternativas no sentido de buscar soluções para amenizar a grave situação do setor em Joinville.

Com apenas oito meses de atuação na cidade a promotora Simone Schulz manifestou que o seu ponto de vista a respeito do atendimento e a prestação de serviço em termos de saúde à população joinvilense é de muita precariedade. Chegando a traduzir para o termo “lamentável”.

Simone considerou que o sul do país é uma região previligiada, e que não esperava encontrar uma saúde falida como encontrou. Ela sugeriu que o legislativo se aproxime mais das questões da saúde e tentar junto com o poder executivo achar soluções rápidas para esses problemas.

Segundo a Promotora, se a Prefeitura não fizer agora algo urgente no Hospital São José, ele vai fechar as portas em pouco tempo. O caso é tão grave ao ponto de que se a Vigilância Sanitária levasse ao pé da letra, já teria motivos de sobra para interditar o local, pois ele tem problemas de espaço físico, leitos, urgência e emergência. Ela afirmou que existem os PA’s e os postos de saúde no físico, mas neles faltam funcionários, equipamentos e medicamentos.

Em suas visitas aos órgãos de saúde do município, a promotora só escutou autoridades falando no ‘gerúndio’: “Eles sempre dizem que estamos vendo, preparando, estudando, cotando, mas na prática, ações para solucionar não se vê ainda” concluiu ela. Outro problema encontrado por ela diz respeito aos médicos. Foi percebido o desvio de funções, alguns não aparecem para trabalhar, outros são clínicos e estão trabalhando em outra área. A promotora disse que se o Município tem gestão plena na saúde, “tem a obrigação de gerir com responsabilidade os serviços de saúde.” 

Para a Vereadora Tânia Eberhardt a saúde está falida, mas há mecanismos para ajudar a saúde. “Não há como melhorar a saúde, se as três esferas de Poder jogar a culpa de um para o outro, mas sim tomar decisões em conjunto.” A vereadora também lembrou que Joinville foi pioneira na construção de PA’s 24 horas, e que hoje não recebe verbas do Governo Federal.

No final da reunião foram decididas algumas ações a serem desenvolvidas a partir de agora:

Será enviado à Prefeitura um Pedido de informação sobre os recursos provenientes do Governo Federal para transformar o PA da zona sul em UPA’s, pois as UPA’s recebem recursos do Governo Federal e os PA’s não.

Audiências Públicas nos bairros em conjunto com a classe médica e os conselhos locais de saúde para informar a população sobre os encaminhamentos para atendimento.

Convocação do Fórum Permanente para discutir as políticas públicas para a saúde em Joinville.

Foto de Sabrina Seibel

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