A Comissão de Saúde ouviu nesta quarta-feira (24) representantes das secretarias de Educação e de Saúde sobre o atendimento psicológico feito a estudantes da rede pública de ensino. O tema foi proposto por Iracema do Retalho (PSB), em razão do prazo de seis meses a um ano para início do tratamento em UBSs que ela identificou para que crianças e adolescentes encaminhados para tratamento a partir da escola.
O debate está em uma fase inicial, e deve resultar em novas discussões, nas quais os vereadores vão acompanhar, em conjunto com as comissões de Educação e Cidadania nas próximas semanas, na busca de formas de agilizar o atendimento para as crianças.
Representantes da Secretaria de Educação explicaram que não cabe aos professores fazer diagnóstico, mas sim que, caso notem sinais de possíveis problemas, as escolas orientem os pais e alunos a procurarem os postos de saúde e a unidades como os Centros de Atenção Psicossociais (Caps).
Psicólogos da Secretaria de Saúde já trabalham com os professores para os conscientizar sobre quais podem ser os sinais de perigo ou risco.
Maurício Peixer (PR) destaca que a questão é relevante e repercute denúncias de conselheiros tutelares feitas na semana passada, que explicavam as consequências de famílias desestruturadas. Em direção similar, Odir Nunes (PSDB) mencionou que cada vez é mais difícil que pais e filhos permaneçam juntos, bem como o uso de redes sociais diminui a comunicação e, consequentemente, amor e carinho, o que conduz a depressão a um estatuto de “mal do século”.
Tratamento oncológico
As comissões de Saúde e Cidadania também ouviram na reunião desta quarta-feira (24) representantes do Hospital Municipal São José (HMSJ) sobre a falta de medicamentos para radioterapia e quimioterapia. O principal problema está na compra desses medicamentos por meio de licitação, acontecendo licitações desertas (sem interessados) ou fracassadas (quando os interessados cobram valor mais elevado que o esperado).
O HMSJ trabalha com uma lista definida de 476 itens, dos quais 53 são voltados a tratamentos oncológicos. Quatro desses itens resultaram em licitações fracassadas e três em licitações desertas. Há alguns medicamentos que vêm direcionados para pacientes específicos, que vêm do governo estadual. A escolha dos medicamentos foi feita com os profissionais de oncologia e também com critérios de custo-benefício.
Os representantes do HMSJ também observaram que o Ministério da Saúde, nesse caso específico dos medicamentos para tratamento oncológico, não participa do financiamento. A partir do momento que o Hospital opta por um novo medicamento, acaba gastando dinheiro do valor arrecadado de impostos.