O superintendente e o gerente de soluções logísticas do aeroporto de Joinville, respectivamente, Rones Rubens Heidemann e Flávio Roberto Narvaez, apresentaram hoje aos vereadores, durante a sessão, o projeto da concessão do complexo logístico do aeroporto. O edital de licitação já foi publicado pela Infraero e a abertura das propostas está marcada para o dia 14 de agosto, às 10h, em Brasília. Heidemann e Narvaez vieram à Câmara a partir de um convite do vereador Ninfo König (PSB).
A concessão do atual terminal de cargas e de mais uma área de 103 mil metros quadrados — totalizando 105.730 metros quadrados — é o primeiro grande passo da Infraero para transformar o Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola em um condomínio aeronáutico industrial e logistico. A região possui um plano diretor específico para expansão das instalações. Respeitando-se todos os prazos previstos, a expansão chegará a sua plenitude no ano de 2029.
Além do novo complexo logístico e do condomínio aeronáutico industrial, o plano prevê também a construção de um hotel e o remanejamento do Rio Cubatão. É que para receber aeronaves cargueiras de maior porte, será preciso ampliar a pista, que hoje tem apenas 1640 metros, dos quais apenas 1540 metros estão operacionais e são considerados insuficientes para aeronaves como o Boeing 727F, o Boeing 767F ou o McDonnell Douglas MD-11F, usualmente utilizados no transporte cargueiro.
Neste momento, informou Narvaez, o objetivo é revitalizar o atual terminal de cargas e construir um novo no terreno de 103 mil metros quadrados a ser concedido. A empresa que vencer a licitação no dia 14 terá de fazer um investimento inicial da ordem de R$ 47,9 milhões, segundo cálculos da Infraero. O valor servirá, basicamente, para a construção do terminal, dos pátios e pistas de manobra e dos acessos viários.
O novo terminal, além das atividades de armazenagem e despacho, poderá atuar como entreposto aduaneiro aéreo, terrestre e marítimo. Segundo Narvaez, se a empresa vencedora da licitação optar por esta modalidade, ela terá um regime de tributação especial nas operações de importação e exportação. “Será uma carga tributária diferenciada, com isenção em algumas operações e suspensão dos impostos em outras”, explicou o gerente.
O mesmo deve ocorrer em etapas futuras do processo de expansão com as empresas que optarem por se instalar no condomínio aeronáutico industrial e fator todo o desembaração de suas importações e exportações diretamente no aeroporto, acrescentou Heidemann.
Ano passado, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Santa Catarina importou US$ 10,4 bilhões e exportou US$ 7,59 bilhões. O superintendente e o gerente do aeroporto de Joinville estão confiantes no sucesso da licitação, porque Joinville responde por aproximadamente 15% do total das importações e também das exportações aqui no estado.
Somando-se os dois valores aferidos em 2016 pelo ministério e aplicando-se o percentual atribuído ao município, o movimento foi de US$ 2,69 bilhões, o equivalente hoje a cerca de R$ 9,2 bilhões. São este potencial de mercado e a gradativa retomada da atividade econômica no país que deixam a Infraero otimista com o recebimento de uma boa oferta pela área a ser concedida no Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola.
O preço mínimo pelos 105.730 metros quadrados é de R$ 500 mil. Vencerá a empresa que fizer a maior oferta no regime de contratação por preço global. Depois disso, haverá, ainda, um aluguel mensal R$ 500 mil pelo tempo da concessão, que será de até 25 anos.
O início das obras dependerá apenas da obtenção das licenças ambientais por parte da empresa vencedora da licitação. A área a ser concedida não tem mais empecilhos fundiários, porque já foi totalmente desapropriada pela Infraero, garantem Heidemann e Narvaez.
Texto: Jornalismo CVJ, por Felipe Faria. Foto: Sabrina Seibel.