A Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright (CEV) coletará depoimentos de pessoas presas ou torturadas na região Norte do Estado durante o período da ditadura militar. O encontro ocorre nesta quarta-feira (4), às 19h, na Câmara de Vereadores de Joinville e contará com a presença de moradores da região.
De acordo com o levantamento da Comissão Estadual da Verdade, são mais de cem casos no Norte do Estado, como o de Lucindo Costa, morto em julho de 1967. Na versão oficial, ele foi atropelado em Curitiba (PR) e enterrado como indigente. Embora exista certidão de óbito, entregue à esposa, Elizabeth Baader Costa, não houve reconhecimento do corpo e nem enterro pela família. Filho de Lucindo, Arlindo Costa estará presente na audiência pública para falar sobre a morte do pai.
Também deverão prestar depoimento o advogado Carlos Adauto Vieira, o operário Edegar Schatzmann, o jornalista Sílvio Rangel de Figueiredo e familiares de vítimas do regime militar. De acordo com a integrante da CEV e coordenadora do Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça, Derlei Catarina De Luca, é muito difícil localizar a maioria das pessoas.
“São muitos casos, mais de cem, e a maioria das pessoas já faleceu ou se mudou”, afirma. Antes de chegar em Joinville, os membros da CEV estarão em Balneário Barra do Sul para colher os depoimento de Conceição Terezinha Gonzaga e Ana Flávia Schmidt.
A CEV, criada pelo Governo do Estado para auxiliar a Comissão Nacional da Verdade (CNV) está vinculada à Secretaria da Casa Civil e tem por objetivo investigar violações dos direitos humanos praticadas durante o regime militar em Santa Catarina.
A Comissão tem até o fim do primeiro semestre para enviar à CNV relatório com as atividades desenvolvidas no Estado para que a Comissão Nacional conclua a relatório geral até o fim do ano.