A Comissão de Participação Popular questionou executivos dos Correios sobre o fechamento da agência do bairro Vila Nova, programada para 1º de maio, em reunião nesta quarta-feira (15). A agência deve ser substituída por uma franquia da empresa pública, mas não há previsão de quando isso vai acontecer.
Uma moção da Câmara vai pedir a instalação de uma agência comunitária no local.
A agência mais próxima do Vila Nova fica no América, a 8 km de distância.
O fechamento se deve à crise financeira dos Correios e da agência do Vila Nova, “deficitária ao extremo”, disse o gerente estadual de atendimento da empresa pública, Sandro Silva.
Segundo ele, 85% da receita bruta da agência vem do serviço bancário, não postal. “Estamos zerados, estamos há dois anos no vermelho”, falou o gerente.
Os vereadores de Participação Popular farão o texto de uma moção que, depois de aprovada em Plenário, pedirá aos Correios que instalem no Vila Nova uma agência comunitária. Trata-se de um novo modelo, em parceria com a Prefeitura de Joinville, ainda em estudo.
A comissão pedirá também, em ofício, os números dos balanços orçamentários das agências próprias na cidade.
“A gente entende a situação econômica, mas gostaria que as coisas fossem mais claras”, disse o vereador Adilson Girardi (SD), morador do Vila Nova.
Os serviços e os funcionários da agência do Vila Nova serão redirecionados à agência do Centro, numa mudança que os executivos chamam de “fusão”. Os clientes serão avisados do fechamento a partir de 1º de abril.
“Reinvenção”
A concorrência com novos tecnologias de comunicação derrubou o volume de cartas enviadas – em Joinville, são os presidiários os maiores clientes desse serviço. Em 2015, os Correios tiveram prejuízo de R$ 2,1 bilhões, no País.
Para estancar a sangria, os executivos falam em “reinvenção”, como a entrada no mercado de telefonia móvel. Também há medidas de contenção de gastos, como programa de incentivo à aposentadoria de servidores e fechamento de 250 agências pelo Brasil.
Moradores do Vila Nova criticaram o fechamento. Em resposta ao executivo, que disse que não se manda cartas hoje em dia, alguns disseram que ainda usam esse serviço. O bairro tem 12 caixas postais rurais.
A comissão é presidida por Tânia Larson (SD), e tem como membros Adilson Girardi (SD), Richard Harrison (PMDB), Maurício Peixer (PR) e Natanael Jordão (PSDB).
Texto: Jornalismo CVJ, por Carlos Henrique Braga.