Uma das conquistas na luta da inclusão das mulheres nos pleitos eleitorais é a Lei 9504/97, que obriga cada partido a ter 30% de vagas destinadas ao sexo oposto. Nas eleições de 2020, o cadastro de mulheres representou 31% das candidaturas à Câmara de Vereadores de Joinville, e apenas duas vereadoras conseguiram se eleger, Ana Lucia (PT), para o primeiro mandato, e Tânia Larson (PSL), para o segundo.

Tânia (à esquerda na foto) diz que fica triste, porque, ao mesmo tempo em que Joinville tem a maior parte do eleitorado composto por mulheres, a representação feminina é a menor. “Luto muito pela representatividade da mulher na política, as mulheres sofrem com o machismo e infelizmente, são desestimuladas a concorrer”, afirma. Diante deste cenário, a vereadora protocolou um projeto que cria a procuradoria da mulher no âmbito da Câmara de Vereadores de Joinville para estimular e incentivar a participação feminina. Com este projeto, Tânia acha que vai influenciar mulheres a lutarem por políticas públicas para elas na cidade.

Para a historiadora e professora, Eleni Lechinski, a mulher viveu às margens do cenário político por séculos. “É preciso que haja uma mudança de consciência da população a respeito da importância da mulher nos espaços políticos”, afirma. Só assim, acrescenta, “é possível ter um aperfeiçoamento e consolidação da democracia”.

A estudiosa ainda adverte que os partidos políticos precisam ter comprometimento com as candidaturas de mulheres, não só pelo fato de ser um critério legal, mas por ser também um fator decisivo de mudança na sociedade e de luta pela garantia de igualdade entre homens e mulheres.

A vereadora Ana Lúcia (à direita na foto), por sua vez, diz que muito se fala em renovação na Câmara para esta legislatura, mas ela não é equitativa em gênero, raça e classe social. “Joinville tem uma característica bastante conservadora, e a expressão do machismo e sexismo é muito presente, e isso reflete em para quem os eleitores irão direcionar o seu voto”, explica a vereadora. Ela afirma, ainda, que, ser mulher é um ato político e ser mulher em uma sociedade machista é um ato de coragem”.

Exposição Coletiva “A Força de Ser Mulher”

A galeria de arte Matilde Amin Ghanem, que fica no hall de entrada da CVJ, está com a exposição coletiva “A Força de Ser Mulher” desde 1° de março. A exposição reúne os trabalhos de 17 artistas visuais, que representam o universo feminino dentro de um contexto pandêmico. A exposição, fisicamente, fica na CVJ até 16 de março. Mas pode ser acessada virtualmente em www.euearte.com.br.


Texto
Gretchen Gartz
Fotos
Mauro Artur Schlieck (Tânia e Ana Lucia) e Leo Munhoz (Matilde)
Edição
Felipe Faria


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