A Câmara de Vereadores de Joinville fez nesta semana duas audiências públicas para debater segurança pública. Uma delas, na segunda-feira (20), foi no bairro São Marcos, e a outra, que aconteceu na quarta-feira (22), foi no Paranaguamirim. Já foram ao todo 11 audiências públicas sobre o tema nos bairros de Joinville. A próxima será no dia 4 de dezembro no Vila Nova.
No Paranaguamirim, os moradores reclamaram do avanço das drogas e de furtos a residências. “O uso de drogas está muito grande na nossa comunidade. Nossas crianças e adolescentes estão expostas”, afirmou a professora Rosane Lúcia Souza. “Os traficantes estão nas portas das escolas”, acrescentou o morador Nestor João de Oliveira. Para o morador Gelsi Gomes, os furtos a residências são constantes: “Faltam policiais na região”, afirmou.
Sobre o uso de drogas, o secretário de Segurança Pública de Joinville, Bráulio Barbosa, afirmou que a Guarda Municipal atua na prevenção. “Há um trabalho preventivo nas portas das escolas municipais nos horários de entrada e saída de aula. Como a Guarda Municipal conta com apenas 40 soldados, obviamente fazemos um rodízio das escolas, e priorizamos as escolas com situação mais crítica. Além disso a Guarda Municipal faz palestras de conscientização”, afirmou.
Já o representante da Polícia Militar na audiência, capitão Edson de Souza, destacou as barreiras policiais como instrumento de combate ao crime no bairro. “O índice de ocorrências de crimes contra o patrimônio particular diminuiu bastante. Antes era uma média de 100 a 110 por mês, e após a implantação da ação de barreiras policiais a média é de agora 30 a 40 ”, disse.
Moradores do São Marcos se sentem inseguros
No São Marcos, a população reclamou da sensação de insegurança. “A gente que fica preso dentro de casa”, afirmou o presidente da Associação de Moradores do São Marcos, Claudemir Machado. Ele cobrou resultado da série de audiência públicas. “Queremos ações práticas dessas reuniões”. O morador Gean Carlo Peixer reclamou que a insegurança tem afetado a população. “Em setembro a Gidion modificou uma linha de ônibus devido a um assalto que ocorreu no último ponto do bairro, segundo o que eles nos informaram. Ou seja, a população está sofrendo as consequências da violência”, afirmou ele pedindo mais rondas policiais.
O representante da Polícia Civil, agente Francisco Dorneles, afirmou que a falta de efetivo policial é um problema. “São apenas 51 policiais civis, contando delegados, agentes, escrivães e psicólogos, e na Polícia Militar é o mesmo problema”, disse ele, explicando que a Polícia Civil estuda criar delegacias especializadas para dar mais efetividade ao trabalho.
O sargento do 17º Batalhão da PM Rodrigo Iarrocheski afirmou que a base que atende o bairro São Marcos é a do Nova Brasília, que atende quatro bairros. “Felizmente o São Marcos é o mais seguro de todos, com menos ocorrências, então por isso as rondas aqui não são tão frequentes”, afirmou.
Texto: Jornalismo CVJ, por Marina Bosio / Foto: Sabrina Seibel