A Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) fez, na noite desta segunda-feira (19), uma audiência pública para debater a situação dos haitianos na cidade. Haitianos estavam presentes e falaram sobre suas reivindicações.
A audiência foi solicitada pela Clínica de Direitos Humanos da Univille à Comissão de Participação Popular. Segundo a coordenadora da Clínica, Fernanda Lapa, o objetivo foi acompanhar os encaminhamentos da audiência realizada pela CVJ em 2015. Ela afirmou que ainda há dificuldade para se discutir as políticas públicas para haitianos em decorrência da falta de dados sobre a quantidade e o perfil dos haitianos residentes em Joinville.
Reivindicações
O presidente da Associação de Haitianos em Joinville, Whistler Ermomfils, resumiu as reivindicações dos haitianos. Segundo ele, os principais pedidos são o acesso a postos de trabalho sem exigência de experiência prévia; maior facilidade na validação de diplomas; a implantação de uma casa de acolhimento para os haitianos; a realização de campanhas de combate à discriminação racial; a garantia de acesso ao ensino regular; e a garantia de ingresso dos haitianos ao ensino superior.
Algumas sugestões para o cumprimento das reivindicações foram apresentadas ao longo da audiência pública. Para o problema na validação de diplomas, que segundo os relatos é dificultada pela exigência de tradução juramentada, foi apresentado o exemplo do que acontece na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo Luciana Almeida, que se identificou como acadêmica da universidade, na UFPR os próprios professores do curso de Letras fazem a tradução dos documentos. Já o coordenador de Igualdade Racial de Santa Catarina, Sandro Silva, sugeriu, levando em conta que boa parte dos haitianos que têm ensino superior residentes em Joinville são formados em Contabilidade, que o Núcleo de Contabilidade da Acij proponha uma flexibilização nesse sentido. Já sobre a reivindicação por campanhas de combate à discriminação racial, foi citado o exemplo do Município de Itajaí, que promoveu, no ano passado, campanha contra racismo e xenofobia.
Texto: Jornalismo CVJ, por Marina Bosio / Foto: Sabrina Seibel