Moradores de Pirabeiraba concordaram com a implantação de binário para alteração do trânsito no bairro. Em audiência pública realizada no bairro nesta quarta-feira (24), a Secretaria de Planejamento Urbano (Sepud) apresentou algumas possibilidades de melhorias de fluidez do tráfego e anunciou que algumas ruas devem receber pavimentação a partir de junho deste ano. A alteração no tráfego só seria feita após essas obras.
O binário seria formado por um circuito que compreende as ruas Olavo Bilac, Vereador Guilherme Zuege, Conselheiro Pedreira e João Eberhardt. O circuito funcionaria no sentido anti-horário e as ruas Olavo Bilac e Conselheiro Pedreira devem contar com seções de ciclofaixa, conforme votação da comunidade, organizada pelo secretário de Planejamento, Danilo Conti.
Algumas variações do projeto da Sepud incluem ruas em mão única no interior do circuito ou então formas de desvio do tráfego de caminhões da região mais urbanizada do bairro. Ainda havia uma versão reduzida de alteração que inclui apenas mãos únicas em trecho da rua Olavo Bilac e na totalidade da rua 27 de Maio. Parte das propostas surgiu de oficinas realizadas pela Sepud com a população do bairro.
Conti afirmou que as mudanças ajudariam ainda a reduzir a zero o tempo médio de espera para passar pelo viaduto com a BR-101, no cruzamento da rodovia com a estrada Dona Francisca. O secretário lembrou a fluidez de tráfego que a mudança da Ottokar Doerffel trouxe.
A audiência foi acompanhada pelo presidente da comissão de Urbanismo, vereador Jaime Evaristo (PSC) e pelos vereadores Odir Nunes (PSDB) e Fabio Dalonso (PSD), além dos secretários de Planejamento e de Infraestrutura e de representantes do Departamento de Trânsito municipal e de associações de moradores da região.
Divergências
O presidente da Associação de Moradores de Pirabeiraba, Fernando Nava, entende que o projeto sugerido pela Sepud contempla as necessidades do bairro. “Não vai agradar a todos”, pontuou, por entender que acabaria limitando a atividade comercial. Por esse motivo, chegou a pedir para que as ciclovias fossem instaladas em um segundo momento, pelo menos até o fortalecimento dos comércios. Nava pontuou ainda a necessidade de um fortalecimento do potencial turístico do bairro.
Presidente do Movimento Pedala Joinville, Luiz Antonio Carletto pontuou que, embora o temor de comerciantes do bairro seja compreensível, outros pontos de Joinville se reabilitaram com o passar do tempo em razão da maior circulação de pessoas. Alguns dos participantes da reunião mencionaram preocupação de que a Olavo Bilac virasse uma “João Colin”, porém, no entendimento de Carletto, a via demonstrou uma recuperação, havendo poucos locais efetivamente ociosos hoje.
Presidente da Associação de Moradores do Quiriri, Michel Penter afirmou ter realizado em março uma pesquisa sobre uma mudança no trânsito da região na qual teria alcançado 950 pessoas, das quais 55% eram favoráveis e 45% contrárias, indicando divergência sobre as propostas antes da audiência.
Alguns moradores defenderam como solução uma rotatória em frente à Igreja Sagrado Coração de Jesus, onde, aliás, foi realizada a audiência pública.
Asfaltamento
As ruas Olavo Bilac, Eugênio Kunde e João Eberhardt estão orçadas no valor do empréstimo de R$ 61 milhões da Prefeitura com o Banco do Brasil. O asfaltamento, segundo Conti, está previsto para ter início ainda em junho deste ano.
Também integrantes do binário, as ruas Conselheiro Pedreira e 27 de Maio seriam contempladas no recurso que a Prefeitura está buscando com a Caixa Econômica, no valor de R$ 100 milhões. Conti, porém, comprometeu-se em tentar incluir a Conselheiro Pedreira na primeira lista de ruas.
Saneamento
Alguns moradores defenderam que essa pavimentação só seja realizada se for antecedida de obras de saneamento básico. O secretário de Infraestrutura, Romualdo França, atentou que apenas a Companhia Águas de Joinville poderia responder sobre os planos para o saneamento básico da região.
Restrição de caminhões
Danilo Conti afirmou que está em estudo na Sepud uma minuta de lei para restringir o tráfego de caminhões de todo o perímetro urbano em determinados horários. Entre os horários que poderia ficar proibido o tráfego de caminhões estão os horários de pico, ficando livres principalmente horários noturnos.