Projeto Vale Verde é debatido em Audiência PúblicaA Câmara de Vereadores se reuniu na noite de ontem com moradores da região norte de Joinville para discutir o projeto Vale Verde Encanto (VV). O texto do projeto prevê mudanças no zoneamento da região do vale do rio Cubatão. Com mais de 15 mil assinaturas e com apoio de 30 entidades, o texto chegou à Câmara como uma proposta de iniciativa popular.

O encontro realizado na Estrada da Ilha reuniu cerca de 90 pessoas. Produtores rurais, representantes de associações de moradores e moradores da região opinaram sobre as modificações que o texto prevê para a região norte de Joinville.

Segundo o texto do VV, a nova proposta de zoneamento para a região define cinco categorias de uso do solo, conforme as vocações detectadas na região:

– Setores Especiais de Interesse Turístico e Paisagístico, denominados de 1, 2 e 3, com características semelhantes e pequenas variações em índices urbanísticos;
– Setor Especial de Interesse Náutico e Eventos e;
– Setor de Regularização Fundiária em Adensamento Controlado.

Uma preocupação levantada na reunião foi de que há pequenos produtores que pretendem manter as atividades agropecuárias. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Joinville, Longuino Reck, disse ver o projeto como “o começo do fim da agricultura”. Presidentes das comissões de Legislação e de Urbanismo, Mauricio Peixer (PR) e Manoel Bento (PT), respectivamente, asseguraram que o projeto é inovador e que os agricultores poderão permanecer realizando as atividades agrícolas.

Um dos líderes do projeto, o ex-vereador Alodir Alves de Cristo defendeu a ideia por ela ter como princípio a sustentabilidade. “Vamos trabalhar o desenvolvimento econômico, social e ambiental, respeitando-se a questão espacial e cultural da região”, disse.

Para o arquiteto Marcel Virmond Vieira, existe a necessidade de tirar da região a denominação de “área rural” para que os usos não rurais sejam permitidos. De acordo com Virmond, a palavra “campestre” traz uma melhor denominação. “Não quero deixar de ser campo, mas não quero mais ser produtor agrícola ou criador de animais necessariamente”, assinalou.

Representando moradores da região do Cubatão, Célio Gomes defendeu o VV por dar maior importância à preservação ambiental “logicamente pensando no desenvolvimento da cidade, mas com equilíbrio”.

Os vereadores Mauricio Peixer (PR) e Manoel Bento (PT) se posicionaram favoráveis ao projeto e asseguraram aos presentes que buscarão a aprovação do texto nas comissões.

Texto: Jornalismo CVJ, por Jeferson Luis dos Santos. Foto: Daniel Tonet. Arte: Vale Verde.

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