Perguntado sobre como ingressou na política, o vereador disse entender que o ser humano é, em si, um ser político, e que o seu próprio engajamento como voluntário com crianças e adolescentes e na luta por políticas públicas de saúde o levaram à política institucional.
Sobre saúde, aliás, o vereador indica, por exemplo, que muitos políticos podem apresentar como propostas para a saúde cura, hospital ou medicamentos, mas não a promoção de saúde. “O que eu posso fazer de diferente para que o hospital não seja a primeira saída?”, pergunta. E destaca que a atenção precisa ser maior para a atenção primária, que compreende unidades como postos de saúde. “Prevenção em saúde pode evitar problemas em segurança mais tarde”, afirma.
Nesse sentido, Deckmann defende também que não se pode olhar para a saúde de forma segmentada. Ela precisa ser considerada em conjunto, com dimensões como a agricultura, como caminho para a alimentação saudável. “O tesouro está sob os pés da população rural”, diz.
Outra bandeira relevante para vereador é a do turismo, que “não pode estar só no evento”. Para o vereador, há muitas possibilidades de geração de emprego e renda em turismo na área rural de Joinville e na baía da Babitonga. Esta, em especial, o parlamentar a vê como muito pouco explorada.
Prefeito
Antes de atuar em Joinville, Deckmann foi prefeito em Maripá, no interior do Paraná, entre 2005 e 2008. O município tem hoje 5,9 mil habitantes, conforme estimativa do IBGE.
Em Joinville, Deckmann exerceu brevemente o posto de vereador suplente na Legislatura passada, em agosto de 2018. Na ocasião, apresentou três projetos de lei, sendo dois relacionados à saúde. Apenas um não foi rejeitado pelo Plenário, embora tenha recebido parecer contrário da Comissão de Legislação, sem ter a tramitação concluída na Legislatura anterior.
Trata-se do projeto que criaria o “Fundo Joinvilense Cidade Saudável” (PL 190/2018), cuja ideia era estabelecer que as sobras do Legislativo municipal fossem destinadas à realização de atividades de promoção da saúde, alimentação saudável e prática de exercícios físicos.
De março de 2019 a julho de 2020, Deckmann ocupou posto de gerência na Secretaria de Saúde, tendo inclusive participado de reuniões na Câmara para falar sobre as ações do município no combate à dengue.
Campanha
Para se apresentar na campanha e nas urnas, o teólogo usou apenas o primeiro nome, Henrique. Durante o período eleitoral, o parlamentar entende que a principal dificuldade foi o “mau exemplo de Brasília”, referindo-se à má visão que os eleitores formam sobre política a partir de escândalos de proporção nacional. Outra particularidade do período de campanha foi que ele e sua equipe se depararam com muitos cães soltos pelas ruas que percorriam e que tentaram resgatar.
O vereador contou ainda que só soube do resultado bem tarde, no dia 15 de novembro, e que a notícia de que estava eleito trouxe “alívio, alegria, gratidão e responsabilidade”. O resultado veio tão tarde que o vereador até orientou pessoas que acompanhavam a contagem com ele a irem para casa. O atraso da divulgação dos resultados no dia se deveu a problemas no supercomputador que centralizava as informações no TSE.
- Texto
- Sidney Azevedo
- Foto
- Mauro Arthur Schlieck
- Edição
- Felipe Faria