E, ao falar de insegurança jurídica, Érico se refere especialmente à existência de um excesso de recursos no sistema judiciário brasileiro. Para ele, a revisão das leis, no sentido de uma simplificação, é fundamental. “A faculdade de direito é a faculdade do ‘pode ser’”, diz, referindo-se às variadas possibilidades de interpretação que podem ser usadas no Judiciário. Isso, diz Érico, faz com que um empresário, por exemplo, tenha dúvidas na hora de agir, se pode estar ou não cometendo uma irregularidade.
O vereador formou-se em direito perto da virada do século em Blumenau e, durante a faculdade, foi estagiário no Fórum daquela cidade. A indignação com a quantidade de recursos, a demora e o custo das decisões judiciais tem raiz nesse período e foram se intensificando com o tempo. Elas tomaram força nas manifestações do Movimento Brasil Livre em Joinville em 2015, das quais Érico participou e ajudou a organizar.
Érico afirma que, durante esse período, conscientizou-se de que “a política é um modo de melhorar a vida das pessoas”. Em 2016 ingressou em um partido com o qual não se identificou até receber convite para ingressar no Novo no ano seguinte. Embora um pouco reticente, aceitou o convite por concordar com a ideia de processo seletivo. Enfatizou isso ao afirmar: “Nunca concordei com a ideia de que era suficiente você saber escrever um parágrafo para poder ocupar um cargo político”. Em 2018 ele concorreu a deputado federal pelo partido, obtendo 9.550 votos.
Já em 2020, Érico conseguiu 3.504 votos e se elegeu vereador. A principal dificuldade que ele encontrou nesta campanha foi a falta de conscientização política da população, referindo-se à falta de esclarecimento sobre o que são partidos e quais são as funções de um vereador, por exemplo. Érico indicou até espanto com a falta de preocupação de eleitores que só definiram candidato a poucos dias antes da eleição e que talvez nem tivessem definido candidato se não recebessem um panfleto.
Conscientização e pacto federativo
Por esse motivo, Érico entende que é fundamental a conscientização política. Entre outras noções defendidas pelo vereador estão a de que é necessária a revisão do pacto federativo, para que recursos recolhidos pelo município fiquem no município e a defesa de uma desburocratização do serviço público. Porém, vereadores não têm muito poder sobre questões como a do pacto federativo. Por esse motivo, Érico disse que no início não tinha a vereança em vista, mas que se convenceu da necessidade de ter base municipal.
Na Câmara de Vereadores, ele ocupa a função de primeiro-secretário, integrando a Mesa Diretora. Érico diz ter aceitado se candidatar à função para aprender o funcionamento da Casa. Destaca também que é conciliador e que vai trabalhar firme pelos interesses de Joinville.
- Texto
- Sidney Azevedo
- Foto
- Mauro Schlieck
- Edição
- Felipe Faria