O transporte para crianças que precisam de atendimento na Apae de Joinville deverá ser ampliado. As secretarias municipais de Administração Pública, de Educação e de Saúde garantiram a disponibilização de dois ônibus para o deslocamento de crianças que precisam dos atendimentos, mas não estão matriculadas na rede municipal de ensino. A informação foi repassada a vereadores e pais de alunos nesta quarta-feira (27) em reunião conjunta das comissões de Cidadania, de Educação e de Saúde.
Atualmente um convênio entre a Prefeitura de Joinville e Apae garante o transporte para pacientes, desde que eles estejam matriculados na rede municipal de ensino. Porém, conforme relatos apresentados na reunião, há crianças no município que, em virtude de alguma condição especial de saúde, não podem frequentar a escola e, consequentemente, ficam desassistidas na Apae.
Conforme a presidente da instituição, Heloísa Walter de Oliveira, esses alunos sem matrícula estão sem transporte para a Apae desde o final de 2021, quando a Prefeitura de Joinville interrompeu o serviço.
Para se ter uma ideia da importância do transporte de pacientes, Heloísa contou que a maioria dos usuários da Apae de Joinville, com sede no bairro Boa Vista, reside na zona sul da cidade. Ela também disse que há muitos pacientes que residem em Pirabeiraba, distante quase 20 quilômetros da unidade.
Uma das mães de alunos que são atendidos pela Apae, Simone Budel, destacou que, sem transporte específico, leva o filho apenas duas vezes por semana para atendimento. Ela justificou que falta espaço destinado para cadeirantes nos ônibus do transporte coletivo urbano e também não há estrutura adequada para cadeirantes nos pontos de ônibus.
O secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva, apresentou a sugestão da disponibilização dos dois ônibus a partir de conversa com os representantes das pastas da Administração Pública e da Educação. De acordo com Jean, a solução é possível a partir de um convênio já existente entre as partes.
Os vereadores enalteceram a decisão das secretarias. Para Sidney Sabel (União), o encaminhamento apresentado pelas secretarias municipais foi um avanço para a questão. Brandel Junior (Podemos) discordou da necessidade de uma criança estar matriculada na rede municipal de ensino para ser atendida na Apae. O vereador avaliou que a causa é nobre e seguirá acompanhando a pauta.
Proponente do tema a partir do recebimento de reclamações de pais de alunos, Diego Machado (PSDB) avaliou o encaminhamento da reunião como “talvez longe do ideal, mas positivo”. O parlamentar disse ser um admirador e defensor do trabalho da Apae, e afirmou que a partir de agora cabe aos vereadores acompanhar os desdobramentos do tema.
Alisson Julio (Novo), primeiro vereador cadeirante eleito em Joinville, declarou compreender as dificuldades relatadas pelos convidados que precisam de atendimento da Apae. Ele contou que seus pais passaram por essa situação quando precisavam encaminhá-lo para atendimento.