A Associação de Moradores da Comunidade Rio Velho e a Sociedade Brasileira de Diabetes de Santa Catarina apresentaram ações e pedidos na tribuna livre desta quarta-feira (1°). Nos pronunciamentos, moradores do Rio Velho destacaram um projeto de transformação social na localidade, próximo à rua Rio Velho, na zona sul de Joinville, e a entidade de saúde cobrou o cumprimento da legislação que prevê o fornecimento de insulina para pacientes com diabetes.
Primeira associação a usar o espaço da tribuna livre desta quarta, a Sociedade Brasileira de Diabetes de Santa Catarina destacou o aumento da prevalência da doença nas últimas décadas no público adulto, entre 20 e 70 anos de idade. Conforme a presidente da entidade, Thanise Damas, enquanto em 1980 o diabetes atingia 4% desse público, atualmente o índice está em 12%. Segundo Thanise, a consequência é o aumento no número de mortes e de casos com complicações.
Thanise relatou que a doença pode afetar rins, visão e nervos dos pés (o que pode levar a amputações, infarto e acidente vascular cardíaco). Para os cuidados com a doença, ela defendeu a importância da mudança de estilo de vida e maior acesso a insumos, como meios de medir a glicemia.
A presidente da associação criticou o corte de fornecimento de análogos de insulina em Santa Catarina e lembrou a Lei Estadual nº 17.110/2017, que prevê o fornecimento de qualquer tipo de insulina especial para qualquer paciente com diabetes em Santa Catarina. Segundo Thanise, essa lei, que foi considerada um avanço para os pacientes, não está sendo cumprida enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não se posiciona sobre o tema.
Rio Velho
A Associação de Moradores da Comunidade Rio Velho apresentou as ações em desenvolvimento na localidade, com destaque para o Projeto Social e Cultural Novo Rio Velho. Membro do projeto, o advogado Rafael Weber contou que o objetivo da iniciativa é proporcionar o desenvolvimento, melhores condições de moradia e transformar a localidade em um novo ponto turístico de Joinville. Entre ações já iniciadas, Rafael mostrou imagens de novas pinturas das residências, assinadas pelo artista plástico Ademar Cesar, que pretende transformar o lugar em uma galeria ao ar livre.
Entre os desafios do projeto, Rafael apontou a necessidade de apoio do poder público para retirar da condição de fragilidade social os 206 moradores — cerca de 60 famílias — que lá vivem. Atualmente no Rio Velho, segundo Rafael, não há água potável, não há tratamento de esgoto e não há energia elétrica de forma individualizada. Ele ainda disse que não há parques ou praças esportivas para os moradores.
O representante dos moradores também destacou que o projeto pretende sensibilizar o poder público sobre a necessidade de realizar o saneamento básico no Rio Velho. Com essa intenção, os moradores protocolaram junto à Prefeitura um processo de regularização dos seus imóveis.