Por solicitação do vereador Neto Petters (Novo), a Comissão de Urbanismo discutiu com convidados, nesta terça-feira (20), o contrato do transporte público urbano e sugestões de melhorias para o serviço prestado pelas empresas Transtusa e Gidion. O contrato em vigor terminará em 26 de junho de 2023, 24 anos depois de ser assinado, em 1999.

Segundo o diretor-executivo da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), Paulo Mendes de Castro, o órgão está fazendo estudos para uma nova licitação. Ela poderá incluir, por exemplo, novos formatos de transporte, como vans e bicicletas, e até agendamento de viagens. O agendamento serviria para diminuir o prejuízo com viagens para áreas distantes e com poucos passageiros.

Além de discutir a nova licitação, os vereadores da comissão, presidida por Diego Machado (PSDB), relataram reclamações da população, como o preço da passagem — hoje de até R$ 4,90 — e a diminuição da oferta de veículos e horários disponíveis, principalmente depois das restrições da pandemia.

O valor da nova tarifa não é objeto do estudo nesta fase da nova licitação porque ele ainda dependerá de cálculos feitos pelas empresas vencedoras da concorrência, que poderá ser dividida em lotes. A nova licitação também poderá repassar aos ganhadores a tarefa de construir e manter pontos de ônibus, o que ainda é obrigação da Prefeitura.

Justificativas

Sobre a diminuição de veículos e horários, o representante do Passebus, Alcides Bertoli, explicou que, depois do retorno dos ônibus, em meados do ano passado, não havia passageiros suficientes para a volta de 100% do serviço. Junto com a Seinfra, as empresas decidiram encolher o sistema em 40%, cortando principalmente linhas escolares. Algumas linhas já foram retomadas, mas a capacidade máxima dos ônibus é de 50%. Além disso, ele admitiu que falta mão de obra para colocar mais ônibus nas ruas, pois muitos funcionários foram demitidos. Sobre a superlotação, disse que foram colocados carros extras nos horários de pico.

“Nosso maior desafio é achar um equilíbrio entre a qualidade do transporte e sobrevivência financeira”, afirmou Bertoli.

Para definir se uma linha deve ou não ser mantida, o município usa o Índice de Passageiro por Quilômetro (IPK). Em geral, linhas com IPK menor do que 0,25 deixam de existir. Esse índice também é usado para definir o preço da passagem, que deve ser reajustado anualmente.