Um dos temas tratados na sessão ordinária desta segunda-feira (24) foi o crescimento da extrema pobreza em Joinville. O tema foi levantado na sessão pelo vereador Claudio Aragão (MDB), ao repercutir informação apurada pelo jornalista Jefferson Saavedra, a partir de dados do Ministério da Cidadania, de que a extrema pobreza em Joinville atinge em 2021 um total de 20,3 mil pessoas, enquanto no ano passado atingia 17,3 mil.

A extrema pobreza é caracterizada por uma renda familiar abaixo de R$ 89 mensais per capita. Para ser mais exato, segundo o portal do Consulta, Seleção e Extração de Informações do Cadastro Único, há em Joinville 20.278 pessoas cadastradas em famílias com essa renda.

Como uma forma de amenizar a situação dessas famílias, Aragão propôs aos demais vereadores que a Câmara aprove uma moção, pedindo à Prefeitura para que conceda a essas famílias em dificuldade um auxílio similar ao que foi realizado em Florianópolis, onde se prevê duas modalidades: o pagamento de cinco parcelas de R$ 300 a famílias inscritas no CadÚnico e o pagamento de cinco parcelas de R$ 375 para famílias de mães solo.

“Talvez por 90 dias, talvez por 60 dias”, explicou o vereador, emendando que “se você vai hoje no mercado, a gente se assusta; as coisas estão muito caras, um pedaço de carne hoje – e não interessa se é carne de frango, se é carne de porco ou carne de boi – ele está muito caro”.

Qualificação profissional e renda emergencial

Presidente da Casa, o vereador Maurício Peixer (PL), abordou o assunto por outra via, destacando que há muitas instituições que fazem trabalho social na cidade, principalmente as igrejas. Peixer mencionou que foi procurado hoje mesmo por uma família da Vila Paraná (Comasa) e observou que “a fome bate à porta todo o dia”. Peixer cita que também é política de assistência social a qualificação profissional, observando que há empresas na cidade que têm tido dificuldade de encontrar trabalhadores.

Por outra via, a vereadora Ana Lucia (PT) disse que tem uma proposta de criação de uma renda emergencial em Joinville. “Não é possível nós assistirmos de olhos fechados a esse aumento nos números da pobreza extrema; não é possível que fique só com as entidades sociais, com os movimentos sociais a responsabilidade de suprir a necessidade dessas famílias, dessas pessoas, e entre elas muitas crianças e muitos idosos”.

Ana apelou ao líder do governo, o vereador Érico Vinicius (Novo), para que intermedeie uma reunião com o prefeito para que se possa discutir um envio da proposta pelo Poder Executivo, o que dissiparia problemas caso a proposta fosse protocolada por um vereador (propostas apresentadas por vereadores que causem despesas sem indicar a origem orçamentária para sustentação do projeto podem ser questionadas ao virarem lei).