Os vereadores abriram espaço na sessão desta terça-feira (25) para gestores do Joinvasc, programa público de tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC), eleito na semana passada a melhor iniciativa em Valor Saúde do mundo no VBHC Prize 2021, prêmio baseado na Holanda. Desde sua criação, em 1997, houve queda de 37% no número de casos de AVC no município.
A presença deles na Câmara foi sugerida pelo vereador Lucas Souza (PDT). “Não são todos os dias que a nossa cidade é reconhecida mundialmente. Acho muito importante que possamos dar a notoriedade devida a esse programa que salva vidas”, afirmou o parlamentar. Também parabenizaram os gestores do Joinvasc os vereadores Sales (PTB), Henrique Deckmann (MDB), Cassiano Ucker (Cidadania), Diego Machado (PSDB), Wilian Tonezi (Patriota), Tânia Larson (PSL), Claudio Aragão (MDB) e Maurício Peixer (PL).
Na tribuna, o médico neurologista Alexandre Longo apresentou o programa aos vereadores. O Joinvasc é vinculado ao Hospital São José, gerido pela Prefeitura de Joinville, e ganhou destaque no Brasil por ser a primeira unidade de AVC em um hospital público. Segundo Longo, a queda de 37% na incidência de AVC é fruto do trabalho de atenção primária, ou seja, tratando as causas, como tabagismo e hipertensão. “O projeto foi premiado porque ele é baseado nas necessidades do paciente, desde a educação para reconhecimento dos primeiros sinais pela população”, afirmou Longo.
Para o médico neurologista Pedro Magalhães, a grande vitoriosa do prêmio é a população de Joinville, que tem tratamento de excelência para o AVC no SUS. Ainda segundo ele, a doença que mais incapacita na região, e uma das que mais matam, pode ser controlada com ações preventivas, como parar de fumar e controlar o peso. “Hoje nós sabemos o que fazer para evitar o AVC, e isso só foi possível com a conversa com gestor e comunidade, olho no olho”, disse Magalhães.
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Univille, cogestora do programa, Paulo Henrique Condeixa de França falou sobre o biobanco, criado em 2010, que reúne amostras de sangue e DNA de pacientes, além de dados de Joinville e outras cidades, único do Brasil.
O reitor da Univille, Alexandre Cidral, disse que a ciência, baseada em evidências, é ainda mais necessária para transformar a sociedade, “num país que, às vezes, despreza a ciência”. Cidral também ressaltou os papéis da Univille e do Joinvasc para a comunidade. “O Joinvasc é um belíssimo exemplo desse trabalho de 25 anos de ensino, pesquisa e extensão [da Univille], devolvendo à comunidade aquilo que ela investe”.
O secretário municipal de Saúde, Jean Rodrigues da Silva, afirmou que a responsabilidade sobre a equipe do Hospital São José aumentou depois do prêmio. Ele ressaltou a criação de leis municipais que deram respaldo ao projeto.