A defesa dos morros está no “pacote” da LOT. Na reunião conjunta de Legislação e de Urbanismo, sobre possível criação de unidade de conservação no São Marcos, o diretor executivo da Fundação Ippuj, Gilberto Lessa, disse que, de certa forma, a LOT protege o bairro. A população quer algo mais abrangente. De acordo com o engenheiro florestal Fábio Solter, um dos defensores da criação de Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) no bairro, o São Marcos tem uma localização estratégica.
“A região é a conexão entre a Área de Proteção Ambiental (APA) da Dona Francisca e a cidade de Joinville, alí estão espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção”. O objetivo, segundo ele, é uma área de uso sustentável. “Não queremos engessar o desenvolvimento”, afirmou.
“Os morros do São Marcos estão abrangidos pelo Setor Especial de Interesse de Conservação de Morros. A ideia é não liberar qualquer tipo de ocupação nesses morros. A proposição dos moradores, entretanto, é um pouco mais abrangente”, afirmou Lessa, do Ippuj. Ele disse ainda que estudos técnicos terão que ser feitos para a criação de uma ARIE.
O representante da Associação de Moradores do Bairro São Marcos Gustavo Gohr afirmou que os moradores do São Marcos já vêm há anos lutando para a preservação ambiental do bairro. “É preciso que isso seja resolvido”, disse.
A Consultoria Legislativa da CVJ entende que a criação da ARIE deve se originar de uma proposta do Executivo.
Cota 40
O que o projeto da LOT chama de Setor Especial de Interesse de Conservação de Morros corresponde às áreas da Cota 40. Todas as áreas que, dentro da área urbana da cidade, estejam acima de 40 metros entram nesse setor.
Texto: Jornalismo CVJ, por Marina Bosio/ Edição para o BLOG: Carlos Henrique Braga / Foto: Nilson Bastian