O Plenário da Câmara de Joinville aprovou pedido de investigação e o Conselho de Ética vai apurar se o vereador Mauricinho Soares (MDB) feriu o Código de Ética e Decoro ao portar arma de fogo sem autorização. O flagrante aconteceu no último dia 30, na casa do parlamentar, durante revista de policiais na operação Profusão, na qual ele é investigado, deflagrada pela 3ª Delegacia de Combate à Corrupção. Soares foi detido e liberado após pagar fiança.

A denúncia foi feita nesta segunda (4) pelo vereador Diego Machado (PSDB), que preside a Câmara. “Não é confortável, não é legal, mas muitas vezes se faz necessário. E quando existe um fato a ser apurado, a gente precisa, dentro do que diz o nosso Regimento Interno, dando ao vereador que está sendo denunciado toda a possibilidade de apresentar as duas defesas, mas os fatos devem ser apurados”, afirmou Machado, na sessão.

No documento, Machado cita trecho do Código de Ética que o vereador teria infringido: “pautar-se pela observância dos protocolos éticos discriminados neste Código, como forma de valorização de uma atividade pública capaz de submeter os interesses às opiniões, e os diferentes particularismos às ideias reguladoras do bem comum”.

No dia seguinte, Mauricinho explicou, na sessão, que a arma tinha registro e era de um amigo que morreu, por isso ela não estava em seu nome. Ele disse que já teve o filho sequestrado e sua padaria foi roubada, por isso precisa defender sua família. [Atualizada às 17h39 de 5/12]

O recebimento da denúncia teve o voto de todos os vereadores presentes, com abstenção de Mauricinho, porque é investigado. Machado não votou porque fez a denúncia. Érico Vinicius (Novo) não votou porque estava presidindo a sessão.

Machado também retratou-se por ter feito uma “brincadeira infeliz” com Mauricinho, em sessão da semana passada, em que ele imitava uma revista policial no vereador. “Depois a gente percebeu que não era o momento para tal brincadeira”, desculpou-se.

Composição do conselho

O Conselho de Ética da Câmara é presidido pelo vereador Wilian Tonezi (Patriota) e tem como membros Neto Petters (Novo), secretário, Adilson Girardi (MDB), Lucas Souza (PDT) e Cassiano Ucker (União Brasil). São suplentes os vereadores Cleiton Profeta (PL) e Pastor Ascendino Batista (PSD).

Sobre uma possível abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias em outro caso investigado pela Operação Lajotas, Diego Machado disse que é favorável, mas que “há preocupação que este ato não atrapalhe os trabalhos que estão em andamento pela Policial Civil e o GAECO”.