A secretaria de Assistência Social (SAS), Fabiana Cardoso, participou da última reunião ordinária da Comissão de Cidadania, nesta quarta-feira (13), e anunciou que o município ganhará um serviço de abordagens nas ruas com atuação 24 horas por dia. Ela ainda defendeu que a comunidade não faça doações para quem está na rua, ideia que recebeu apoio de vereadores.

O vereador Brandel Junior (Podemos) trouxe o debate para a comissão a partir de questões envolvendo a população em situação de rua no bairro Guanabara. Conforme o parlamentar, algumas pessoas vendem drogas, aliciam crianças e sujam comércios no bairro, em algumas situações com urina e fezes.

Brandel relatou que o proprietário de uma pizzaria resolveu fechar o empreendimento por conta das ações da população em situação de rua. Na opinião do vereador, a questão “gera ônus para o cidadão de bem” e é uma “verdadeira desgraça na vida de várias pessoas”. O parlamentar questionou a representantes da SAS e da Guarda Municipal quais ações podem ser tomadas.

Como ações já realizadas, a secretária Fabiana destacou que o município atua com um serviço de abordagem às pessoas em situações rua, oferecendo acolhida. Ela explicou que atualmente o serviço é realizado somente no período da noite, mas deve funcionar 24h por dia a partir da próxima semana.

Na abordagem, conforme Fabiana, o serviço fará questionamentos e orientações. Ela ainda declarou que a comunidade também deve orientar quem está na rua a procurar o Centro Pop, centro de referência especializado para população em situação de rua. Para ela, a comunidade precisa entender que “não pode dar dinheiro e não deve dar comida” para quem está na rua.

Moradias

A partir de um questionamento da vereadora Ana Lucia Martins (PT), sobre acessibilidade a moradias para quem está em situação de rua, Fabiana informou que a Secretaria de Habitação está trabalhando em um projeto para efetivar um projeto desta natureza em Joinville.

O comandante da Guarda Municipal de Joinville, Eduardo Ferraz, relatou casos de abordagens realizadas, especialmente contra traficantes, no centro da cidade, mas ressaltou que a corporação não tem uma solução imediata para oferecer à comunidade. Ele avaliou que há muitas ocorrências que envolvem pessoas com problemas mentais e que precisam de uma abordagem que não é a policial.

Outros vereadores também comentaram ações para a questão. O vereador Henrique Deckmann (MDB) concordou com o discurso de Fabiana e pediu ampliação de campanha contra a esmola. O parlamentar ainda criticou igrejas que oferecem alimentação para pessoas em situação de rua. Para ele, a medida “não seria o caminho a ser incentivado”.

Presidente da comissão, Pastor Ascendino Batista (PSD) declarou que o colegiado deve retomar a pauta no próximo ano.