A situação dos moradores de rua mais uma vez foi tema de discussão na Comissão de Cidadania nesta segunda-feira (12). Desta vez o foco das discussões estava nas ações que estão sendo realizadas pela Prefeitura durante os dias mais frios do inverno. Os vereadores também ouviram representantes de entidades filantrópicas, que cobraram mais investimentos em segurança, acolhimento, estrutura e encaminhamento para que as pessoas em situação de vulnerabilidade saiam das ruas.
Cleiton José Barbosa, coordenador do Centro Pop, responsável pela prestação de serviço socioassistencial às pessoas em situação de rua, disse que as parcerias com as entidades estão funcionando, porém a cidade precisa de mais investimentos para dar acolhimento e acompanhamento a quem precisa. Para ele é fundamental ampliar o número de casas de passagens.
Segundo Barbosa, Joinville dispõe de equipe multidisciplinar para acompanhar o quadro de saúde dos moradores de rua. “O morador de rua começa a pensar em acolhimento quando está com a saúde fragilizada”.
A secretária de Assistência Social, Fabiane Cardozo, disse que a grande dificuldade é convencer o morador de rua a aceitar ajuda. “As casas de acolhimento contam com psicólogos, terapeutas, servem alimentação, oferecem banho, lavam as roupas, porém, muitos não querem deixar as ruas devido aos vícios”.
A secretária adianta que Joinville poderá contar em breve com a construção de um novo espaço no centro Pop, além também de um sistema de reconhecimento facial para identificar os moradores de rua. “Muitos deles não querem se identificar por ter problemas com a justiça, e este sistema, que já está funcionando no estado de Alagoas, vai nos ajudar a saber da vida deste morador de rua”, afirmou Fabiane.
Jacila Barbosa, presidente da associação Casa da Vó Joaquina, mais conhecida como “Mãe Jacila”, cobra mais investimentos do poder público em casas de acolhimento e passagens, estrutura melhor para que o centro POP possa oferecer melhores serviços. Jacila, relatou que quem quer ajudar acaba esbarrando na burocracia e altos custos com impostos.
Ela diz que Joinville precisa de uma casa de acolhimento para tratar dependentes químicos. “Joinville não tem estrutura para fazer tratamento clínico em quem precisa” afirmou. Nas palavras da Mãe Jacila, “a Secretaria de Assistência Social precisa de um olhar diferenciado, pois fazem um verdadeiro ‘milagre’ com pouco recurso”.