A Comissão de Economia tratou nesta segunda-feira (3) de pessoas em situação de rua e de vendedores ambulantes que constrangem moradores, principalmente os que frequentam o comércio no Centro. Segundo o presidente da comissão, o vereador Adilson Girardi (MDB), que sugeriu a discussão, os clientes ficam intimidados com a abordagem deles e evitam ir às lojas.

Empresário do setor de óticas, Fabio Alexandre Thieme disse aos vereadores que o público enfrenta “uma série de constrangimentos” quando vai ao Centro. Um deles é causado por vendedores ambulantes, que tentam forçar a venda. “Vários clientes têm reclamado e cobrado uma posição”, afirmou o comerciante.

Presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Bitencourtt, que já recebeu as reclamações, lembrou que o comércio irregular é “passível de punição”. Ele citou, ainda, os vendedores de trufas de chocolate como um risco à saúde do consumidor, já que não há controle sobre a qualidade da matéria-prima.

De acordo com o comandante da Guarda Municipal, Eduardo Ferraz, há viaturas todos os dias na região central e rondas em terminais de ônibus e em terrenos públicos sem cerca. O trabalho foi intensificado no ano passado, com o reforço do efeito. Dos 19 mandados de prisão cumpridos este ano, cerca de dez eram de pessoas em situação de rua. Um deles vendia trufas de chocolate.

Quando as pessoas são flagradas dormindo em locais públicos, Ferraz disse que a GM as orienta a procurar os serviços sociais do município, como o Centro Pop. A abordagem da Secretaria de Assistência Social passará a ser 24h dentro de dois meses, garantiu a secretária Fabiana Ramos da Cruz Cardozo. Quatro educadores vão circular pelo centro. Um número de telefone estará disponível para que a população possa informar casos de constrangimento.

Em média, 40 pessoas chegam ao Centro Pop todos os dias em busca de um lugar para dormir. A maioria é acolhida e encaminhada ao mercado de trabalho. No Restaurante Popular são oferecidas três refeições por dia.

Drogas

O uso de álcool e outras drogas e a saúde mental das pessoas em situação de rua são um desafio para a Secretaria de Assistência Social. Há também, segundo a secretária, pessoas em situação de rua que são aliciadas por traficantes. Eles confiscam os seus documentos e as obrigam a traficar para tê-los de volta.

O vereador Cleiton Profeta (PL), que mora no Centro, afirmou que o tráfico de drogas domina as ruas e que os usuários, que “assustam as pessoas”, são casos de polícia. Para ele, Joinville tem uma das melhores assistências sociais do país.

O servidor público William da Silva, que disse ser amigo de pessoas em situação de rua, afirmou que guardas municipais e policiais já foram violentos com eles. O comandante Ferraz afirmou que excessos devem ser denunciados e, quando identificados, são punidos pela corporação.

A vereadora Tânia Larson (União Brasil) defendeu os comerciantes e alertou que há criminosos que se passam por pessoas em situação de rua e vendedores ambulantes para aplicar golpes, como os da maquininha de cartão.