A fila de espera por cirurgias eletivas teve nova alta e alcançou o número exato de 7.544 pacientes. É a maior quantidade desde maio, quando pouco mais de seis mil aguardavam procedimento cirúrgico. A fila tem subido a cada mês desde então. Os dados foram apresentados pela equipe da Gerência Regional de Saúde para os vereadores da Comissão de Saúde da Câmara nesta segunda-feira (12).

Os parlamentares acompanham mensalmente a evolução das filas de cirurgias eletivas, bem como as de consultas e exames, desde maio, quando uma audiência pública foi realizada para discutir formas de reduzir a espera. O caso das eletivas é o mais crítico, porque, cada mês que passa sem a realização do procedimento, pode significar mais tempo de sofrimento ou até risco de morte.

Em maio, de fato, acabou havendo uma redução da fila de quase mil pacientes. Os números totais foram de 7.079 para 6.122. Mas em junho já tinha ultrapassado a casa dos sete mil e, em julho, foi a mais de 7,2 mil.

Filas de cirurgias eletivas são organizadas pela Secretaria de Estado da Saúde, e o órgão do governo estadual que é responsável em Joinville por essas filas é a Gerência Regional de Saúde. O gerente regional, Thiago Patrício Furtado, afirmou que, embora haja aumento nos números de mês a mês, é possível afirmar que há uma tendência de redução. Em janeiro, o número foi de 8.884 pacientes esperando cirurgias nos hospitais públicos de Joinville.

Todavia, agosto foi o mês com recorde de cirurgias eletivas realizadas, chegando a 446 procedimentos. E a tendência foi de aumento desde janeiro. Entretanto, enquanto esses pacientes deixavam a fila, no mesmo mês chegaram outros 689 pacientes. Conforme Furtado, o problema é que, ao mesmo tempo, o número de solicitações aumentou. De modo especial, há um salto expressivo na solicitação de cirurgias em junho e julho (1.042 e 1.103, respectivamente).

Chama-se cirurgia eletiva por conta da possibilidade de a data de realização do procedimento ser “eleita”, ou, dito de outro modo, escolhida, uma vez que sua realização não precisa ser imediata.

O vereador Cassiano Ucker (União Brasil) recordou que levou ao Plenário algumas sessões atrás o caso de uma mulher cujos familiares ficaram indignados por não poderem ser atendidos no dia agendado.

As cirurgias eletivas se tornaram pauta à medida em que a pandemia de covid-19 resultou na suspensão dos procedimentos durante 2020.

Consultas

Se a fila das eletivas é de responsabilidade do governo estadual, quem organiza a de consultas é o municipal. Na fila total havia mais de 140 mil consultas, entretanto, a estimativa da Secretaria de Saúde é de que, na prática, 80 mil consultas estejam para ser realizadas. O excedente ocorre porque na fila total entram até as consultas de retorno, mesmo que elas estejam previstas apenas para o ano que vem.

Por esse motivo, a gerente de regulação da Secretaria de Saúde de Joinville, Evelin Wossgrau, explicou que será realizado um “processo de higienização” nas filas, com o fim de separar quais consultas estão em cada grupo.

Ucker comentou que “um retorno para 2023 é algo que assusta e atrapalha”. E, recordando as frequentes perguntas do vereador Brandel Junior (Podemos) por prazos bem definidos, questionou a partir de quando se poderia falar de uma depuração da fila.

Wossgrau observou que dentro de seis meses é que se poderá fazer um comparativo entre o cenário atual e o real. A gerente ainda pontuou que o sistemas atuais de agendamento não são os mais adequados às necessidades da Secretaria.

Ambulâncias

Por uma solicitação do vereador Diego Machado (PSDB), ainda houve debate sobre o transporte de pacientes acamados para serviços de fisioterapia. O governo municipal reconheceu que há dificuldade da Secretaria para a prestação do serviço.

São quatro as ambulâncias no município com essa finalidade, porém, elas não possuem equipe na prestação do serviço. É apenas o motorista e o paciente deve ser acompanhado por parentes ou vizinhos.

Comentando a situação, Cassiano observou que os acamados ou são idosos ou têm sequelas de AVC, e, via de regra, o próprio acompanhante pode possuir dificuldades para remover o paciente.

Para resolver o problema, está em realização um credenciamento da Prefeitura para atendimento domiciliar fisioterápico. O processo de contratação anterior acabou sem concorrentes. E o prazo anunciado desta vez pelos representantes da secretaria vai de seis a oito meses.