Os vereadores da Comissão de Proteção Civil fizeram hoje um reunião extraordinária no plenário para discutir com motoristas e representantes de associações de motoristas de aplicativos a vulnerabilidade e a falta de segurança deles na prestação do serviço. Uma sugestão levantada pela categoria foi a criação de uma rede de comunicação entre motoristas e a polícia, similar às redes de vizinhos.

O assunto é discutido na comissão poucos dias após um caso de assassinato de motorista de aplicativo em Joinville. Leonardo Telles, 39 anos, foi morto a facadas durante uma corrida na noite de 7 de agosto. Conforme relato do presidente da comissão, Pastor Ascendino Batista (PSD), três dias antes da morte, Leonardo Telles com o vereador, reivindicando segurança aos motoristas.

No encontro desta segunda, Ascendino manifestou apoio da comissão à causa. O vereador destacou propostas já encaminhadas na defesa da regularização dos profissionais e pediu para fazer parte de uma comissão que será criada pelas associações de motoristas.

O ponto central da discussão foi levantado pelo diretor institucional da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Santa Catarina (Amasc), Wagner de Mira. Ele pediu apoio para a criação de um projeto chamado “Rede de Monitoramento de App Seguro”, embora tenha dito que a ideia já tenha sido negada uma vez em virtude da não regulamentação dos motoristas de aplicativos.

De acordo com a explicação de Wagner, o grupo, que seria monitorado pela polícia, funcionaria nos moldes das redes de vizinhos, que são redes organizadas entre comunidades e a polícia militar para proteger residências.

Sobre a regulamentação dos motoristas, o presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de Joinville (Amaj), Willian Tenório, citou a Lei Municipal nº 8.467, de 2017. Publicada após uma série de discussões na CVJ em 2017, ela regulamenta o transporte motorizado individual privado de passageiros, com o uso de aplicativos de tecnologia de transporte no município de Joinville. Segundo os dados apresentados na reunião, Joinville tem cerca de 9 mil motoristas de aplicativos.

José Aloísio da Silva é um deles há quatro anos. Ele citou o caso da morte do colega Leonardo Telles e pediu apoio de todos os órgãos de segurança pública. José Aloísio disse: “os aplicativos não estão nem aí; eles mandam uma mensagem automática de pêsames e pronto; a gente sai e não sabe se vai voltar”.

Comandante do 8° Batalhão da Polícia Militar, Celso Mlanarczyki Júnior avaliou como importante a manifestação da vontade dos motoristas e sugeriu que seja traçada uma estratégia para auxiliá-los e orientá-los. O comandante ainda defendeu o protocolo de registros via telefone 190.

A única empresa que opera via aplicativo que enviou representante foi a Wincars. Representante da empresa, Márcio Vieira, defendeu a criação da rede de motoristas, além de uma adaptação da legislação atual sobre o transporte por aplicativo “para buscar uma melhor solução em prol da segurança da classe”.

Além de Ascendino Batista, também prestaram apoio aos motoristas os vereadores Claudio Aragão (MDB), Kiko do Restaurante (PSD), Osmar Vicente (PSC), Sales (PTB), Érico Vinicius (Novo), Henrique Deckmann (MDB) e Wilian Tonezi (Patriota).