Os vereadores da Comissão de Participação Popular e Cidadania iniciaram hoje as discussões sobre a segurança dos frequentadores de casas noturnas em Joinville, motivados pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), no último dia 27, no qual morreram 231 pessoas. Representantes do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ), da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), de empresas de segurança privada e donos de casas noturnas atenderam ao convite da Câmara para a reunião desta tarde, e apresentaram aos parlamentares uma visão geral da situação em Joinville.

Ao comandante operacional do CBVJ, Heitor Ribeiro Filho, os vereadores direcionaram a maioria das perguntas. O presidente da comissão, vereador Maycon Cesar, por exemplo, queria saber como evitar catástrofes como a ocorrida em Santa Maria, quais ferramentas e órgãos municipais estão à disposição para eventos desta ordem e quais as dificuldades de se manter a segurança documental das casas noturnas e física de seus frequentadores.

Ribeiro Filho, por sua vez, informou que, de um modo geral, a situação dos estabelecimentos de entretenimentos em Joinville é boa. “Quanto à questão física, estamos tranquilos”, assegurou o comandante operacional do CBVJ. “Precisamos, contudo, verificar o cotidiano destes locais, a operacionalização: se há equipes capacitadas para lidar com situações de perigo, se estão sendo respeitadas as lotações e situações do tipo”, advertiu Ribeiro Filho.

O alerta levou a discussão para outro foco: a necessidade de se asseverar a fiscalização. O líder do governo na Câmara, vereador João Fachini, lembrou das medidas tomadas pelo Poder Executivo nos últimos dias.

O presidente da CDL, Carlos Grendene também lembrou do condicionamento das pessoas para as situações de perigo. O representante dos lojistas joinvilenses citou países como os Estados Unidos, em que há treinamentos constantes contra incêndios em escolas, e o Japão, em que as pessoas já sabem como agir durante terremotos ou tsunamis a fim de minimizar os riscos de ferimentos ou de mortes nesses tipos de tragédias.

Aragão propõe fim das comandas

O vereador Cláudio Aragão aproveitou a reunião para anunciar que protocolou nesta tarde projeto de lei para proibir a utilização de “comandas” como sistema de gerenciamento das contas de consumo dos frequentadores nas casas noturnas. Para ele, e também para o vereador Levi Rioschi, “foram as comandas em aberto que geraram tantas mortes em Santa Maria, já que os seguranças bloquearam a passagem das pessoas para evitar que saíssem da boate Kiss sem pagar”; palavras dos dois vereadores.

Como presidente da Comissão de Participação Popular e Cidadania, o vereador Maycon Cesar entende oportuno aprofundar e ampliar a discussão. Ele marcou nova reunião para o próximo dia 7 de fevereiro, às 14h, no plenarinho da Câmara. Deve convidar representantes de escolas, de igrejas, de supermercados e de outros segmentos comerciais em que haja grande circulação de pessoas. Dessa próxima reunião, a expectativa é que saia algum projeto de lei ou sugestão ao Poder Executivo para que o assunto seja tratado no município com a atenção que merece, tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada.

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