A Comissão de Urbanismo debateu hoje a liberação dos corredores de ônibus para uso por carros fortes que fazem transporte de valores. A discussão foi motivada por ofício enviada pela Prosegur, empresa que faz transporte de valores em Joinville, pedindo a liberação.

O que motivou o pedido da empresa foi o fato de que os bandidos dificilmente tentam assaltar carros forte em movimento, segundo a Prosegur. O representante da empresa na reunião, inspetor de segurança Vinicius Alexandre de Almeida, citou um caso ocorrido no mês passado em Porto Alegre em que bandidos tentaram assaltar um carro forte que estava parado em um congestionamento. “A ocorrência resultou em tiroteio, que acabou na morte de uma pessoa. Se esse carro não estivesse parado no congestionamento, não teria acontecido o assalto. Ninguém ataca carro forte em movimento”, afirmou.

De acordo com Vinicius, o uso dos corredores de ônibus pelos carros fortes não prejudicaria o transporte coletivo, já que em Joinville no máximo seis carros que transportam valores transitam pela cidade simultaneamente. “Geralmente são utilizados três carros pela Prosegur. Nos dias de pico, perto de dias de pagamento, são cinco carros. A outra empresa que faz transporte de valores na cidade, a Brinks, opera com um carro”, explicou.

“O nosso pedido foi feito levando em consideração a segurança pública, e não para dar fluidez ao transporte de valores”, afirmou o inspetor de segurança.

O diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj), Vladimir Constante, afirmou que é contra o atendimento das demandas de uso dos corredores de ônibus para outros tipos de transporte. “Isso pode impactar na mobilidade das pessoas que usam o transporte coletivo”, afirmou.

O engenheiro do Seinfra Glaucos Folster, sugeriu que as empresas de transporte de valores usem a primeira faixa à esquerda do corredor de ônibus, para facilitar a movimentação em situações de risco.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, César Roberto Nedochetko, em Joinville o risco de tentativas de assalto a carros fortes é baixo.

Para o vereador Maurício Peixer, a prioridade nas ruas deve ser do transporte coletivo. “Nós temos que aumentar o número de usuários do transporte público e por isso ele tem que ser rápido, não podemos abrir exceções no uso do corredor exclusivo para outras finalidades”, disse.

Ao fim da reunião, o vereador James Schroeder sugeriu que a empresa aprofunde o debate com o Executivo. 

Foto de Daniel Tonet

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