A Câmara de Vereadores de Joinville e a Assembleia Legislativa de Santa Catarina realizaram ontem uma audiência pública no plenário da Câmara para discutir as más condições de atendimento no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. Os presidentes das comissões de saúde das duas casas legislativas, vereador Adilson Mariano e deputado Volnei Morastoni, dirigiram os trabalhos.

Segundo Mariano, a discussão foi provocada pelos moradores e membros do conselho de saúde do bairro Comasa, alguns dos principais usuários daquela unidade hospitalar. O diretor-geral do hospital, o médico Renato Castro, e o secretário estadual de saúde, o médico Dalmo Claro de Oliveira, ouviram as reivindicações da comunidade, todas concernentes à baixa qualidade e demora no atendimento dos pacientes e à falta de profissionais.

Castro afirmou que a rotatividade de funcionários é grande, em função dos baixos salários. Além disso, licenças de saúde e maternidade têm derrubado o quadro de servidores à disposição, especialmente para os plantões.

No ano passado, o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina identificou a necessidade de 27 técnicos de enfermagem no Hans Dieter Schmidt. O órgão de controle realizou auditoria em 2010 no hospital e identificou ociosidade em 201 dos 260 leitos.

No centro cirúrgico, por exemplo, havia disponibilidade para 8640 horas de cirurgias eletivas. Mas, pela falta de profissionais, apontou o TCE/SC, 31% desse tempo foram desperdiçados. Com isso, o tempo de espera por uma cirurgias cardíacas, em 2010, chegou a 343 dias. Técnicos do tribunal apontaram na audiência que, se estivesse operando a plena capacidade, a unidade poderia saldar a fila de 84 pacientes em quatro meses.

O presidente do sindicato dos profissionais em saúde (Sindisaúde), Pedro Paulo Chagas, pediu mais agilidade, transparência e qualidade no atendimento. Lembrou, ainda, da necessidade de realização de concursos públicos para que as baixas nos quadros sejam eliminadas com agilidade. O diretor Renato Castro disse que os chamamentos ocorrem sempre que a Secretaria de Estado de Saúde o autoriza.

O secretário Dalmo Claro de Oliveira se disse sensível aos problemas do hospital. O correligionário do governador Raimundo Colombo informou que já está em discussão uma nova política salarial, não só para o Hospital Regional de Joinville, mas para todos os regionais do Estado. Oliveira destacou também que já está autorizada a contratação de novos profissionais para suprir as ausências daqueles que estão afastados.

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