“Sem dados concretos, não se pode fazer um levantamento estatístico. Isso, então, chama-se achismo”, destacou o pesquisador da Epagri/Ciram, em Santa Catarina, Guilherme Miranda, durante reunião da Comissão Especial das Águas, realizada na quinta (dia 9), na Câmara de Vereadores de Joinville.

Além dos vereadores integrantes da Comissão, James Schroeder e Adilson Mariano, também estava presente o pesquisador estava acompanhado do gerente da Epagri/Ciram, Edson Silva, e representantes da Companhia Águas de Joinville e do Conselho Municipal do Meio Ambiente.

Durante sua apresentação com o título “Segurança Hídrica”, Guilherme Miranda fez um alerta para Joinville. “Devido à elevação da água dos oceanos, a maior cidade de Santa Catarina também será afetada por causa da influência das marés. Os rios Cachoeira e Cubatão têm influência direta neste aspecto”, garante Silva. Ele acrescenta dizendo que é preciso estudar constantemente o clima da região com a finalidade de tomar decisões cada vez mais conscientes.

Os vereadores e as lideranças que acompanharam a explanação do pesquisador ressaltaram os exemplos da falta de água em São Paulo, da instabilidade de chuva nas regiões brasileiras, aumento da temperatura e outros fatores que afetam diretamente a vida das pessoas.

“Mudanças climáticas sempre irão existir. Entretanto, precisamos ter segurança para não ter ainda mais situações drásticas como ocorridas no passado. Além disso, Santa Catarina tem grande interferência ambiental, como já registrado em anos anteriores, como furação (Catarina), enchentes (2008), tornados (na cidade de Guaraciaba) e outras questões climáticas”, aponta Miranda.

Até 15 anos atrás, Santa Catarina não estava acostumado com prevenção ambiental. Hoje, o Estado conta com 214 estações meteorológicas espalhadas por todo território. A segurança hídrica é a garantia da oferta de água para o abastecimento humano e para as atividades adversas.

Ainda sobre dados estatísticos, o pesquisador ressalta que os registros históricos brasileiros são de 120 anos atrás. Já os Estados Unidos e a Alemanha têm registros de 200 anos atrás.

O pesquisador finaliza dizendo que o Brasil possui uma variação sazonal muito diferente de outros países e que é preciso realizar, constantemente, levantamentos estatísticos focando na prevenção da população e uso racional dos recursos naturais. “Se todos fizerem a sua parte, vamos ter um planeta melhor para se viver”, frisa Miranda.

 

Foto Nilson Bastian

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