Foto de Mauro Arthur Schlieck

Usuários do transporte coletivo de Joinville participaram da Comissão de Urbanismo, na tarde desta terça-feira (16), para reclamar de alterações realizadas recentemente nos horários e itinerários das linhas. O diretor da Passebus, Alcides Bertoli, tentou explicar os motivos das mudanças, mas não convenceu a população, que pede audiência pública sobre o assunto.

Bertoli argumentou que as empresas de ônibus não têm intenção de piorar o serviço, já que assim irão perder clientes. Ao contrário, segundo ele, o objetivo ao mudar os itinerários e horários é resolver o problema da maioria dos usuários.

“Quem foi atendido pelas mudanças não reclama, mas quem se sentiu prejudicado está reclamando, e assim temos uma impressão distorcida”, disse.

Ele admitiu que os tempos de deslocamentos dos ônibus aumentaram nos últimos anos, e não vão diminuir, tendo em vista, segundo Betoli, o aumento do tráfego na cidade.

O diretor garantiu que em Joinville “ninguém anda 500 metros sem achar uma linha de ônibus, e que pelo sistema de informação os usuários conseguem saber os horários e itinerários”. O diretor disse, ainda, que a comunicação das alterações das linhas foi feita aos usuários com pelo menos 15 dias de antecedência, por redes sociais e avisos afixados nos terminais e ônibus.

O gerente da Unidade de Transportes e Vias Públicas do Seinfra, Carlos Augusto Lange, disse que a Seinfra autorizou as alterações de horários e itinerários feitas pelas empresas. Ele reconheceu que o sistema tem problemas e é preciso reestruturá-lo.

O secretário do Conselho Municipal das Associações de Moradores (Comam), Reinaldo Pscheidt, afirmou que falta debater a mobilidade em Joinville, e sugeriu que seja realizada uma audiência pública sobre o tema. Ele afirmou que nenhum representante de associações de moradores que ele conhece foi consultado sobre as mudanças, e disse que no bairro onde mora, o Guanabara, os usuários foram avisados das alterações sete dias antes da efetivação.

Orlando Schneider, morador do Adhemar Garcia, também pediu uma audiência pública para debater o transporte coletivo. O usuário de transporte coletivo Leonardo Schultz defendeu que audiência pública deve ser realizada em horário não comercial, para que trabalhadores consigam participar.

O munícipe questionou como as empresas Gidion e Transtusa argumentam que o número de usuários do sistema está diminuindo, mas não abrem as planilhas de despesas e receitas para a população. “Se o número de usuários do sistema coletivo está caindo é porque a qualidade é ruim e o preço é alto”, afirmou.

Dados apresentados pela Consultoria Técnica da Comissão mostraram que em 2011 eram 130 mil usuários do transporte coletivo por dia; e em 2018 esse número caiu para 102 mil usuários por dia. O diretor da Passebus não reconheceu os números. A frota de carros aumentou no mesmo período, de acordo com os números apresentados, sendo de 196 mil em 2011 e subindo para 260 mil em 2018.

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