A ministra-chefe da Secretaria das Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, é a mais nova cidadã honorária de Joinville. Ela recebeu a mais alta comenda concedida a um cidadão que não tenha nascido no município, em sessão solene ocorrida no início da noite desta sexta-feira, no plenário da Câmara de Vereadores de Joinville.

Ideli Salvatti nasceu em São Paulo, em 18 de março de 1952, mas adotou o Estado de Santa Catarina a partir da segunda metade da década de 1970, fixando-se, inicialmente, em Joinville. Aqui, atuou como professora na educação infantil e no ensino básico, na defesa dos direitos humanos, ajudou a fundar o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores e iniciou sua militância sindical na defesa dos interesses dos trabalhadores da educação, a partir da qual ganhou projeção estadual.

Dentre suas colocações políticas mais importantes, a homenageada foi deputada estadual, primeira mulher senadora da República por Santa Catarina, ministra da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, candidata derrotada ao governo de Santa Catarina, e, agora, desempenha papel na articulação política do governo da presidente Dilma Rousseff. Casada pela segunda vez com o militar do Exército Brasileiro Jefferson Figueiredo, Ideli Salvatti tem dois filhos (Felipe e Mariana) de seu primeiro casamento e dois netos.

Proponente da outorga do título de cidadania honorária, o vereador Manoel Francisco Bento abriu a sequência de discursos de autoridades municipais, estaduais e federais, destacando o empenho da então professora Ideli Salvatti por mais qualidade na educação e por garantias trabalhistas, econômicas e sociais especialmente aos mais pobres. Bento relembrou, ainda, a luta que travou ao lado de Ideli e outros colegas para montar um partido de esquerda em uma época de forte repressão política.

O prefeito Udo Döhler, por sua vez, disse que se sente à vontade em cumprimentá-la e parabenizá-la pelo título como chefe do Poder Executivo municipal, mas, muito mais, como cidadão. Isso, especialmente, pelo empenho de Ideli Salvatti, segundo suas palavras, para a abertura de um novo campus da Universidade Federal de Santa Catarina em Joinville e para a construção de uma nova subestação de energia da Eletrosul para a cidade.

Para Döhler, ambas as situações representavam ameaça real ao desenvolvimento econômico e social do município ao longo dos próximos 25 anos. Hoje, não mais, disse o prefeito, também pelos esforços empreendidos pela homenageada desta noite nas duas ocasiões. “Continue com essa disposição de guerreira, pois ainda precisaremos muito de sua ajuda, Ideli”, afirmou Döhler.

Por fim, a nova cidadã joinvilense agradeceu ao vereador Manoel Francisco Bento e demais parlamentares. Acompanhe trechos do discurso:

Meus agradecimentos não se restringem à Câmara de Vereadores de Joinville, mas se estendem a muitas, muitas, muitas pessoas. Título de cidadania é uma certidão de nascimento. Considero este título a minha segunda. É assim que recebo esta honraria, porque foi nos 13 anos em que aqui morei, que tornei-me o que sou. A Ideli mãe nasceu aqui. A Ideli contestadora, professora, sindicalista, política, também. Foi isso que Joinville fez: formou-me. Quando decidi vir para cá com meu ex-marido, foi para militar nas comunidades paroquiais. Viemos por convicção de vida, por opção preferencial pelos pobres. Era coisa fundamental para que pudéssemos lutar pelas mudanças sociais que almejávamos. E fomos acolhidos pela Paróquia Cristo Ressuscitado. Mergulhamos de braços abertos e dedicação total. Não era possível pensar no reino eterno, com um reino da vida sem justiça social. Foi nesse meio que eu aprendi as coisas mais importantes que carrego comigo até hoje, especialmente nos momentos em que passo como integrante do governo federal: quem vamos beneficiar com esta ou aquela política pública, este ou aquele programa social? Foi aqui que aprendi isso. Foi em Joinville. (emociona-se neste momento e cita nomes de pessoas que passaram por sua vida na cidade, detalhando alguns momentos que viveu na cidade…) A gente viveu isso tudo, e ainda conseguia ter uma força cultural: fazer música, poesia, cantar e viver o doce da vida. Meus filhos, quero dizer-lhes também que tenho orgulho em tê-los joinvilenses (de nascimento). Eu tenho muito orgulho e gratidão pelo que Joinville me fez e pelo que pude fazer até agora por Joinville. Desde o CERJ, o Colégio de Aplicação da então FURB, ao Instituto Federal de SC, à subestação da Eletrosul… Mas talvez a mais emblemática contribuição seja o campus da UFSC. Eu, como senadora; o Carlito Merss, como deputado federal; o Luiz Henrique, como governador, e o Udo como presidente da ACIJ. O ‘junto e abraçadinho’ de todos nós foi o que ganhou a universidade para essa cidade e, por consequência, para o norte de Santa Catarina. Nós vamos continuar fazendo isso tudo, porque, para nós, Joinville vai continuar sendo a cidade mais importante do Estado. É a maior, a mais importante, ela merece e sempre terá a minha atenção. Ao meu querido marido, que recolhe os meus caquinhos lá em Brasília a cada noite, dando-me força a cada novo dia, o meu beijo de agradecimento. Saí de Joinville em 1988, mas Joinville não saiu de mim. Agradeço muito por tudo. Vocês me fizeram muito feliz no dia de hoje. Você estão no meu coração sempre.

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