A Secretaria Municipal de Saúde fez a prestação obrigatória das contas do terceiro quadrimestre do ano passado (setembro a dezembro) à Comissão de Saúde da Câmara nesta sexta-feira (25). Os dados refletem o resultado de todo o ano de 2021. O custo da saúde por pessoa (per capita) cresceu 11%, na comparação com 2020, para cerca de R$ 1,5 mil.

Impostos municipais e transferências legais e constitucionais somaram cerca de R$ 1,5 bilhão no ano passado, cerca de 20% a mais do que no ano anterior. O investimento em saúde fechou 2021 consumindo 40% da receita do município, o que supera em muito os 15% obrigados pela Constituição.

Já as despesas totais foram de R$ 952 milhões, 12% a mais do que no ano de 2020. Os maiores gastos, fora a folha de servidores, foram na atenção básica (R$ 230 milhões) e no Hospital Municipal São José (R$ 294 milhões).

As informações foram apresentadas pela equipe do secretário Jean Rodrigues da Silva, que também esteve na audiência, presidida por Wilian Tonezi (Patriota). Ainda fazem parte da comissão os vereadores Brandel Junior (Podemos) e Cassiano Ucker (Cidadania).

Covid-19

Foram confirmados 160 mil casos de covid-19, em Joinville, em 2021. A ocupação dos leitos de hospitais teve queda durante todo o ano. Foram aplicadas pouco mais de 1 milhão de doses contra a doença.

Cassiano Ucker, que está vereador mas é médico do município por ofício, disse que o “dado que mais o impactava” era o aumento de 44% no número de mortes no município, para 4.628, provocadas em grande parte pela covid-19. Ele considerou “pequena” a elevação e disse que isso foi resultado do esforço da secretaria na abertura de leitos hospitalares, por exemplo.

“Realmente a pandemia bagunçou todos os números da saúde”, disse Wilian Tonezi, que sugeriu que as próximas prestações de contas tragam a comparação com os últimos cinco anos para haver um “panorama” da área. Um dos números que estão inflados são os de UTI, que aumentaram muito na pandemia.

Dengue

Em 2021, o número de focos de dengue bateu recorde, ultrapassando os 11 mil. Já os casos da doença somaram 16 mil, sendo que cinco pessoas morreram.

Filas

Uma das principais reclamações dos usuários, as filas para procedimentos médicos, tiveram redução no ano passado. Das 785 filas que existiam em fevereiro de 2021, 297 foram zeradas e outras 293 foram extintas.

Mesmo com a redução, Cassiano Ucker ressaltou que ainda existem muitas filas na saúde. “Para quem está em casa esperando o procedimento, fica muito pesado”.

Farmácias

A entrega de medicamentos nas farmácias municipais cresceu 14%, para 406 mil. A quantidade de remédios dispensada foi de 36 mil unidades. Os medicamentos mais buscados foram para hipertensão e diabetes.

Obras

Um vídeo mostrou obras em execução na área da saúde – como da Unidade Básica de Saúde da Família do Aventureiro II, ao custo de R$ 2,2 milhões – e outras obras em licitação, como o Centro Integrado de Análises Clínicas do Hospital São José.