Moradores do bairro São Marcos pediram atenção ao meio ambiente, nesta segunda-feira (4), em audiência da revisão do Plano Diretor, da Comissão de Urbanismo, na Igreja Santa Clara, no Nova Brasília. A reunião, presidida por Diego Machado (PSDB), com a participação de outros seis vereadores, foi a sétima sobre o Projeto de Lei Complementar nº 61/2018, da Prefeitura. A próxima será nesta quinta-feira (7), às 19h, na Paróquia Divino Espírito Santo, na rua dos Carajás, nº 200, no bairro Petrópolis.

O vereador mirim Igor Gabriel Bojarski, que vive no São Marcos, cercado por morros, fez um apelo à proteção da natureza. A humanidade está acelerando a degradação sem dar tempo para que o meio ambiente se recupere, segundo ele. “No modelo de produção atual, o capitalismo, a relação do homem com a natureza vai de mal a pior”, disse o jovem participante do projeto Câmara Mirim, da Escola do Legislativo de Joinville.

Professor de biologia, Guilherme Evaristo citou a crise climática como resposta da natureza às agressões que sofre e pediu um projeto de desenvolvimento sustentável para o bairro. “As perspectivas são péssimas”, disse o professor, “eu olho para os meus alunos e vejo a decepção deles, me sinto frustrado porque estamos entregando um mundo pior do que recebemos”.

Os cidadãos do São Marcos pedem há alguns anos a criação de uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) para conservação da fauna e da flora. Segundo Giancarlo Peixer, porém, a discussão está parada desde que a proposta foi apresentada à gestão passada da Prefeitura. Ele pediu aos vereadores que abram diálogo entre moradores e a gestão atual para que as discussões continuem. “É um clamor”, disse Giancarlo Peixer.

O vereador Maurício Peixer (PL), presidente da CVJ, explicou que a gestão anterior do Executivo não enviou à Câmara um projeto de lei de criação da ARIE, apesar de tê-lo prometido. O presidente do Legislativo parabenizou a comunidade por proteger o meio ambiente e lembrou que, na discussão da Lei de Ordenamento Territorial (LOT), em 2017, foi mantido gabarito de construção de 9 metros para o São Marcos, o que significou prédios mais baixos no bairro.

A vereadora Tânia Larson (PSL) disse não querer uma Joinville só de concreto, mas em harmonia com a natureza, sem deixar de lado o crescimento econômico. “Fauna e flora, nós temos sempre que cuidar”, afirmou Tânia, em referência aos morros do São Marcos.

Poluição

Walmor João Machado, membro do conselho local de saúde, reclamou da poluição causada por empresas de cimento. “Polui e polui muito”, afirmou aos vereadores da Comissão de Urbanismo, “não adianta fazer campanha em prol da saúde se tem empresas que jogam cimento no ar o dia todo”.

Multitemático

Presidente da Comissão de Urbanismo, Diego Machado ressaltou que, apesar dos temas frequentes relacionados ao zoneamento, o Plano Diretor é mais amplo. “O plano trata de saúde, educação”, afirmou, “nós queremos ouvir as pessoas e o que elas querem que mude na cidade de Joinville”.

O relator da revisão do Plano Diretor em Urbanismo, Wilian Tonezi (Patriota), em uma exposição sobre o projeto aos moradores, afirmou que ele “versa sobre várias políticas públicas e aponta o que Joinville quer para o futuro, para os próximos dez anos”, não só na área urbana como rural.

Tonezi sugeriu que a população envie sugestões para a revisão do Plano Diretor ao e-mail planodiretor@cvj.sc.gov.br.

Também estiveram na audiência pública os vereadores Érico Vinícius (Novo), Neto Petters (Novo) e Brandel Júnior (Podemos).

Audiência na CVJ

A comissão marcou para 8 de novembro, às 19h30, a nona e última audiência pública sobre a revisão do Plano Diretor. Ao contrário das outras oito, promovidas nos bairros, essa será realizada no Plenário da Câmara.

A Comissão de Urbanismo já promoveu seis audiências públicas sobre o tema. Vereadores estiveram em Pirabeiraba, Paranaguamirim, Aventureiro, Iririú, Costa e Silva e Vila Nova. Os joinvilenses pediram melhorias como na mobilidade, qualidade de vida, sustentabilidade, desburocratização e crescimento organizado.