A Comissão de Saúde recebeu atualizações sobre o estado das filas para a realização de cirurgias eletivas na reunião desta segunda-feira (18). Os parlamentares têm pedido a presença de representantes das secretarias de saúde municipal e estadual com frequência para acompanhar a evolução da situação desde o início do ano. Além da questão das eletivas, os vereadores também discutiram a evolução das filas de consultas.

Com os novos dados, o presidente da Comissão de Saúde, Wilian Tonezi (Patriota), destacou que o colegiado vai avaliar como devem ser os próximos passos para a fiscalização das filas.

As cirurgias eletivas se tornaram pauta à medida em que a pandemia de covid-19 resultou a suspensão dos procedimentos em 2020. O nome “eletiva” se refere à possibilidade de definição de uma data para realização da cirurgia. Com a diminuição dos casos, as cirurgias começaram a ser reagendadas.

O problema, no entanto, é que a oferta de salas de cirurgia e, em algumas situações, a falta de equipes completas, têm resultado em uma concorrência dos procedimentos eletivos com os de urgência e emergência. Estes últimos têm prioridade na realização e os eletivos acabam sendo reagendados para outras datas.

Um caso relatado pelo vereador Henrique Deckmann (MDB) envolveu uma paciente que teve cirurgia reagendada por três vezes. Segundo Brandel Junior (Podemos), esses pacientes se queixam, entre outras coisas, de ter que fazer jejum ou se deslocar e descobrir na hora que a cirurgia não poderá ser realizada em razão de um procedimento de emergência.

Salas cirúrgicas

O Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (HRHDS) conta com quatro salas cirúrgicas atualmente e há expectativa da inauguração de mais quatro em agosto. Mas isso não significa, necessariamente, que elas vão funcionar de imediato. Conforme a equipe do Hospital na reunião, ainda é preciso avaliar a necessidade de mais enfermeiros não apenas para o funcionamento das salas cirúrgicas, mas também para os leitos hospitalares.

A coordenação dessas cirurgias, chamada de regulação, cabe à Secretaria de Estado da Saúde (SES) e, em Joinville, muitos desses procedimentos são realizados no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. As principais especialidades são urologia, clínica-geral, ginecologia, bariátrica e vascular.

O Hans Dieter realiza, em média, 308 cirurgias por mês, conforme os dados apresentados. As eletivas são, no total, 551, resultando uma média de 92 mensais. Junho, em particular, concentrou o número mais elevado de procedimentos, tanto de eletivas (114), quanto de internados (253, que inclui os casos emergenciais).

O médico cirurgião Rui Celso Vieira, da equipe do Regional, explicou o andamento das cirurgias bariátricas, mais conhecidas como de redução do estômago. São realizados, em média, 12 procedimentos do tipo por mês. E, atualmente, há 80 pacientes aptos para a realização, embora o número de pacientes aguardando consulta esteja acima de 1.100.

Conforme ele, não é possível falar propriamente de fila nesse caso porque o paciente precisa ser considerado apto por uma equipe multidisciplinar, que inclui nutricionistas, psicólogos e outros profissionais para avaliar a situação do paciente. Se ele não for considerado apto na hora, continua aguardando na fila até ser avaliado como tal.

Vieira afirmou também que há cirurgiões suficientes, em especial no caso das bariátricas, para aumentar a quantidade de procedimentos realizados.

Outra unidade que concentra cirurgias eletivas em Joinville é o Hospital Municipal São José (HMSJ). Os números do São José circulam na casa de 750 a 800 cirurgias mensais, das quais aproximadamente 150 são eletivas. Assim como o Regional, o São José também tinha quatro salas cirúrgicas na última fiscalização dos vereadores. Mas o Hospital inaugurou na última terça-feira (12) outras duas salas, que já estão em funcionamento.