A Associação de Síndrome de Down, mais conhecida como Universo Down, esteve na Tribuna Livre da CVJ para reivindicar apoio dos vereadores para que peçam a liberação de alvarás para que a instituição possa ocupar o espaço acordado com o governo do Estado no CEI Padre Carlos, no Centro.

Atualmente, conforme a terapeuta ocupacional Bárbara Cristiane de Mira Vieira, a instituição atende cerca de 80 crianças com a síndrome e o local alugado em que esses atendimentos são realizados, no bairro Bucarein, não está sendo suficiente para as ações da instituição.

A vinda da instituição à Câmara também ocorre na semana do Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março. Bárbara explicou que a síndrome não é uma doença, mas uma alteração cromossômica que resulta, principalmente, em características físicas como olhos puxados, narizes menores e estatura mais baixa.

A terapeuta ainda observou que a evolução da criança, para que tenha maior autonomia na vida adulta, depende dos estímulos dados na infância e que quanto mais cedo ocorrerem melhor. A instituição promove atividades de balé, capoeira, fonoaudiologia, educação, assistência social, terapia ocupacional, pedagogia, psicologia e música. Para isso, recebe repasses municipais, doações e verbas federais e estaduais em projetos pontuais, conforme Bárbara.

Como exemplo de que a síndrome não é uma limitação, Bárbara destacou ainda a posse legislativa da primeira pessoa com síndrome de Down no Brasil, a fisioterapeuta Luana Rolim (Progressistas), que exerceu a vereança na cidade gaúcha de Santo Ângelo. Ela assumiu o posto durante a licença de saúde de outro parlamentar no início de 2021.

“Que possamos ir para casa com um pouquinho mais de conhecimento da síndrome de Down, e que vocês possam refletir, nessa sociedade, o posicionamento deles como pessoas que têm personalidade própria e que precisam de espaço na sociedade”, finalizou Bárbara.

Para conhecer mais sobre a síndrome no Brasil, confira o material especial elaborado pelo Senado.

O vereador Claudio Aragão (MDB) aproveitou o tempo partidário para recordar a mobilização realizada tanto na Câmara quanto na Prefeitura e na Assembleia Legislativa para que a instituição pudesse ocupar o imóvel do CEI Padre Carlos.

Por sua vez, Lucas Souza (PDT) destacou que “inclusão é a palavra desta sessão”. O vereador Wilian Tonezi (Patriota), por outro lado, afirmou que são as instituições da sociedade civil que exercem funções que, por vezes, o poder público não consegue exercer. Na mesma linha argumentou o vereador Maurício Peixer (PL).

Atendimentos

O segundo espaço da Tribuna Livre foi ocupado pelo Instituto Priscila Zanette. Os vereadores puderam ouvir sobre o trabalho da instituição, que mantém contratos com as secretarias de Assistência Social, Saúde, Educação e Esportes. A diretora-geral da instituição, Rosa Ramos Fernandes Joesting, apresentou os trabalhos variados realizados pela organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP).

Cada um dos contratos corresponde a um programa, e a instituição faz acolhimento de pessoas com deficiência; com diagnóstico de transtorno mental com medida protetiva; e de pessoas que estão em sofrimento devido ao uso e abuso de substâncias psicoativas, no período de seis meses. Essas pessoas chegam à instituição após avaliação por meio dos centros de atenção psicossocial (CAPS) da cidade. Cada um desses grupos têm uma casa específica para seu atendimento.

Além desses trabalhos, ainda há o atendimento de cerca de 250 crianças e adolescentes em risco ou vulnerabilidade social, como um modelo de contraturno escolar, que é visto como o carro-chefe das ações da instituição.

Para dar conta de tudo isso, a instituição conta com 80 funcionários, entre os quais 40 cuidadores, 5 enfermeiros, duas psicólogas, três assistentes sociais, um nutricionista e dois terapeutas ocupacionais e um educador físico.

A Tribuna Livre é um espaço de 20 minutos no começo das sessões das quartas-feiras. Até duas instituições podem se apresentar pelo tempo de 10 minutos cada. Para conhecer as regras para usar o espaço, confira o link:

Tribuna Livre