A Comissão de Urbanismo fez uma reunião pública na noite desta terça-feira (15) para debater questões do Plano Diretor em relação à ocupação e à demarcação do espaço rural de Joinville. Os possíveis casos de expansão da área urbana e consequentes implicações para quem vive no campo pautaram as manifestações dos representantes de entidades ligadas à produção agrícola.

No encontro, realizado no plenário da CVJ, representantes de entidades ligadas à produção agrícola cobraram que os vereadores façam audiências públicas antes de aprovar a expansão urbana de Joinville. O representante da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Onévio Zabot, criticou que a cidade não apenas consome a produção rural, mas também consome o lugar. Ele também cobrou melhor estrutura do município para pensar a área rural de Joinville.

No mesmo tom, o representante do Movimento Joinvilense em Defesa do Setor Agropecuário, Anselmo Cadorin, avaliou que há um desprezo para o setor em Joinville e defendeu a detenção da expansão do espaço urbano.

Representante da Associação Joinvilense de Engenheiros Civis (Ajeci) e da Associação Catarinense de Construtores e Afins (Acca), Miguel Moreira apresentou um ponto de vista diferente dos convidados já citados. Ele sugeriu que o urbano e o rural não sejam pensados como concorrentes. Miguel defendeu que há produtos imobiliários que minimizam impactos de área rural que perdeu relevância.

O presidente de Urbanismo, Diego Machado (PSDB), também cobrou o fim da “rivalidade” entre as duas áreas. Diego explicou que há casos de áreas urbanas consolidadas, dentro da zona rural, que precisam de regularização. O vereador defendeu essa medida com limites previstos em lei.

Relator do Projeto de Lei Complementar 61/2018, que trata da revisão do Plano Diretor de Joinville, Wilian Tonezi (Patriota) discursou sobre as características agrícolas de Joinville, com foco na agricultura familiar, não intensiva, e defendeu, diante dessa característica agrícola, a exploração do turismo rural.

Proponente do debate, Henrique Deckmann (MDB) justificou que a reunião se fez necessária para ouvir opiniões de associações e engenheiros acerca das possibilidades para o tema. Deckmann sugeriu uma forma de pensar os espaços mesclando o rural com o urbano, o que ele chamou de “rurbano”, como uma possibilidade de interação sustentável.