O ataque a uma creche de Blumenau nesta segunda-feira (5), que deixou quatro crianças mortas e outras cinco feridas, estimulou um debate na sessão ordinária sobre a segurança nas escolas de Joinville. Em esclarecimentos aos vereadores, secretários municipais destacaram ações de segurança adotadas no município e representantes das polícias civil e militar descartaram que o ataque no Vale do Itajaí tenha desdobramentos em Joinville.

Na busca por soluções para a segurança, os vereadores receberam os secretários de Educação, Diego Calegari, e o de Proteção Civil, Paulo Rigo, o comandante da Polícia Militar em Joinville, cel. Márcio Leandro Reisdorfer, e o delegado regional da Polícia Civil, Rafaello Ross. Eles participaram da sessão ordinária a partir de convite do presidente da CVJ, Diego Machado (PSDB).

Ações

Calegari afirmou que, desde o início da atual gestão, já há ações voltadas para a segurança nas escolas da rede pública municipal. O município, afirmou o secretário, investiu no aumento do número de vigilantes nas instituições e na instalação de videomonitoramento, para que todas as escolas possuam sistema de monitoramento e a presença de, pelo menos, um vigilante.

Rigo, por sua vez, reforçou que a atual gestão colocou vigilância física em 68 unidades de educação do município que não tinham o serviço. Ele informou que a vigilância funciona ao menos durante o período de aula. Colaborando com as informações verbalizadas por Calegari, Rigo contou que foram instaladas 1.386 câmeras de monitoramento nas escolas, além de botões do pânico e sensores de segurança.

O secretário de Proteção Civil ainda pediu apoio dos vereadores para a aprovação de uma proposta que transformaria guardas de trânsito em guardas municipais. Rigo disse que a proposta possibilitaria aos servidores a atuação na segurança do patrimônio público municipal.

Polícias

Sobre o caso de Blumenau, o delegado Rafaello Ross afirmou que o caso foi isolado e que não há evidência que esse ataque tenha uma repercussão violenta em Joinville.

O coronel Márcio Leandro Reisdorfer relatou que, na semana passada, circulou na internet que haveria uma possibilidade de algum caso violento envolvendo escolas da cidade. Reisdorfer esclareceu que as situações foram identificadas, monitoradas e não vingaram.

Reisdorfer ressaltou que a polícia militar realiza rondas de segurança nas escolas estaduais, municipais e particulares de Joinville. Ele esclareceu que as rondas não se limitam em passar pelas ruas da escolas, e também entram nas unidades para conversas com professores e funcionários.

Segurança

A partir de provocações dos vereadores, os convidados comentaram a possibilidade de que as escolas contem com a presença de seguranças armados. Calegari declarou que todas as sugestões estão sendo acolhidas e a possibilidade será estudada.

Na opinião de Rafaello Ross, seguranças armados podem transmitir à escola uma sensação de “unidade prisional”.

Duas propostas que tratam do tema foram lidas no pequeno expediente da sessão e ainda serão avaliadas no âmbito das comissões. O Projeto de Lei Ordinária Nº 56/2023, de Wilian Tonezi (Patriota), prevê a criação do Programa Municipal de Vigilância e Monitoramento da Rede Municipal de Ensino. O Projeto de Lei Ordinária Nº 57/2023, uma iniciativa de Claudio Aragão (MDB), prevê autorização para que as instituições de ensino possam contratar profissionais de segurança especializada.