Em meio ao avanço dos casos de dengue em Joinville, inclusive com o registro da quinta morte pela doença no município em 2024, a Comissão de Saúde recebeu, nesta quarta-feira (14), representantes da Secretaria de Saúde para debater as ações do município contra a doença. No encontro, os vereadores defenderam a celeridade nos atendimentos, ampliação das ações contra o mosquito da dengue e melhor comunicação das estratégias da pasta.

Para apresentar o atual panorama da dengue em Joinville, a gerente de Vigilância em Saúde, Aline Berkenbrock, destacou os números da doença publicados no Painel Dengue Joinville. São 1.360 casos de dengue confirmados em 2024, sendo 95% casos autóctones, ou seja, contraídos dentro do município. Com relação a mortes, são cinco desde o início de janeiro com a mais recente confirmada pela Prefeitura na manhã de hoje.

Do total de casos confirmados, mais de 500 foram registrados desde a quarta-feira da semana passada. Na ocasião, para preparo de material sobre a reunião da comissão, informamos que Joinville tinha 827 casos confirmados.

Entre as ações adotadas pelo município, Aline destacou que em janeiro foram realizadas mais de 19 mil visitas em residências. Ela enfatizou que 85% dos focos, em Joinville, estão em residências. Além das visitas, ela pontuou que a Secretaria trabalhou na identificação de denúncias, na eliminação de criadouros, capacitação de profissionais e, quando possível, o tratamento de depósitos.

Dia D

Outra ação destacada por Aline é o mutirão “Dia D” contra a dengue. Conforme a representante da Vigilância em Saúde, no próximo sábado (17), equipes de enfrentamento estarão nos bairros Aventureiro, Morro do Meio, Paranaguamirim e Saguaçu. Ela informou que outras ações similares estão previstas para outros bairros da cidade até a metade do ano.

Os vereadores enalteceram a importância do mutirão, mas criticaram a periodicidade. Brandel Junior (Podemos), que preside a comissão, e Wilian Tonezi (PRD), defenderam que as ações fossem realizadas semanalmente. Brandel ainda argumentou, diante do cenário da doença, que as ações deveriam ter sido iniciadas já no ano passado.

Na opinião de Tonezi, as estratégias do município não estão funcionando. O vereador sugeriu que a Secretaria de Comunicação trabalhe campanhas para manter a população melhor informada sobre a situação da dengue em Joinville.

Claudio Aragão (MDB) avaliou que o cenário “assustador” exigiria uma ação mais enérgica da Prefeitura, como um decreto para ações de empresas e residências.

Ação de combate à dengue em abril de 2023 foi realizada no bairro Comasa com participação de bombeiros voluntários e soldados do 62º Batalhão de Infantaria / Foto: Mauro Arthur Schlieck (arquivo)

Fumacê

Brandel ainda solicitou à Saúde um relatório sobre a aplicação de fumacê no combate ao mosquito da dengue em Joinville. Também sobre o tema, Cassiano Ucker (União) defendeu uma melhor divulgação prévia para que a ação do fumacê seja mais efetiva e para que apicultores possam recolher abelhas durante a aplicação, uma vez que elas podem ser mortas pelo produto que é aplicado.

A equipe da Secretaria informou que o fumacê é aplicado bem pela manhã, antes das 7h, e no início da noite, antes das 19h. Eles ainda ressaltaram que o produto atinge somente mosquitos voando, sem efeitos para ovos e larvas, e não pode ser aplicado em dias com chuva e com muito vento.

Atendimentos

Após a Secretaria informar que o tempo do atendimento completo de pacientes, desde a triagem até a conclusão dos exames, pode durar até oito horas nas unidades de pronto atendimento, vereadores cobraram que a pasta torne o processo mais célere. Henrique Deckmann (MDB) questionou sobre a possibilidade do município adquirir mais testes rápidos de dengue para evitar que pacientes aguardem três horas somente para o resultado do teste.

Vereadores ouvem representantes da Secretaria de Saúde a respeito da doença; da esquerda para a direita, na mesa: Claudio Aragão (MDB), Brandel Junior (Podemos) e Cassiano Ucker (União Brasil) / Foto: Mauro Arthur Schlieck