“Corrupção é como mau hálito, que tem (ou se envolve) não admite e acha que ninguém percebe”. Ou “para a corrupção não tem cartão amarelo, corrupção se elimina”. E “enquanto houver corrupção a tendência é aumentar o número de pacientes nos corredores dos hospitais”. As frases ditas por participantes da campanha ” O que você tem a ver com a corrupção”, ocorrida na tarde da última sexta-feira, dia 7, no plenário da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ), refletem o que esse mal, tão em evidência na mídia brasileira, na atualidade pode causar em danos e prejuízos à sociedade. O debate organizado pelo Ministério Público Estadual reuniu importantes autoridades e lideranças da cidade, como o prefeito eleito Udo Dohler, o desembargador do Tribunal de Justiça, Ricardo Roesler, o deputado estadual Darci de Matos e promotores de Justiça como Davi do Espírito Santo e Affonso Ghizzo Neto, líder do movimento. Ao final, foi unânime entre os participantes que o tema e os painelistas mostraram que a corrupção, enraizada, nos poderes no país, representa uma verdadeira “erva daninha” para o desenvolvimento e o crescimento da sociedade. E que é fundamental a união das instituições como os meios de comunicações, o Judiciário, o Executivo, o Legislativo e as forças independentes organizadas e representativas da sociedade para institucionalizar um efetivo combate a corrupção. A noite, no Shopping Mueller, constou da programação uma exposição voltada ao assunto.

Na abertura do seminário o tema “o que a política tem a ver com a corrupção?”, o coordenador do Centro de apoio Operacional a Moralidade Administrativa, Davi do Espírito Santo listou o que considera de “mitos da corrupção” e citou que falta empenho da população para acabar com a corrupção no país é um dos problemas. “Se a democracia não é como sonhamos, é porque não estamos nos esforçando o suficiente para melhorá-la”, disse Davi.

Já, Udo Dohler mostrou que seu primeiro compromisso de campanha é governar através de uma gestão transparente e visível. Segundo o futuro prefeito, não basta honestidade, é preciso integridade para garantir que a corrupção não aconteça. “Corrupção não se diminui, se elimina” afirmou o vencedor das eleições deste ano.

Para o desembargador Ricardo Roesler, nenhuma instituição está livre da corrupção, mas é preciso tomar medidas contundentes quando ela acontece. Ele ainda ressaltou que o poder judiciário não compactua com esse tipo de prática ilegal. A enérgica ação do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do “mensalão”, exemplicfiou o desembargador, “rompeu falsos valores de proteção a autoridades políticas e financeiras do país”. Disse ainda que, um dos instrumentos de isenção do Judiciário fica comprovado quando afirmou que, “em hipótese nenhuma alguém poderá escolher seu julgador”.

Em ato contínuo um grupo de estudantes, representando várias escolas, realizaram perguntas aos painelistas, sempre com o interesse voltado a fatos atuais envolvendo a corrupção e como exterminá-la. Chamou a atenção a observação do futuro prefeito Udo Dohler ao convocar a sociedade a participar da política (partidária) como forma de mudar para que surjam bons políticos que saibam representar bem a cidade e o país.

Na segunda etapa foi a vez dos lideres religiosos exporem suas análises sobre o assunto. Na discussão sobre “O que a religião tem a ver com a corrupção?”, o professor Silvio Iung, representante da Igreja Luterana, lembrou da campanha feita contra a corrupção pelos estudantes do Colégio Bom Jesus/Ielusc. O representante da Federação Espírita Catarinense, Olenir Teixeira, ressaltou a importância de a educação moral ser ensinada nas escolas. Para ele, o grande alvo tem que ser as crianças, pois se elas crescerem com a consciência de que a corrupção é algo errado e ruim, não serão corruptas e nem corruptíveis no futuro.

Na terceira e última parte do debate, “O que as universidades têm a ver com a corrupção?”, o reitor da Univille, Paulo Ivo Koehntopp lembrou sobre a impunidade e que o mais importante são as maneiras que se pode trabalhar de forma didática sobre corrupção dentro das salas de aula. O presidente da Ajorpeme, Gean Marcos Correa trouxe a visão empresarial sobre o assunto e classificou a corrupção com um grande mal da sociedade atual no seio do desenvolvimento da produção industrial e no setor de prestação de serviços.

Constou da programação sobre a campanha a realização de uma pedalada de bicicleta na avenida Beira Mar Norte, em Florianópolis e uma corrida de rua na capital federal realizada pelo Ministério Público de Santa Catarina em parceria com o CORDF.

Foto de Sabrina Seibel
Colaborou Vitor Agusto Forcellini Alves

 

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