Os vereadores da Comissão de Saúde puderam conhecer as pretensões da Secretaria de Saúde para reduzir as filas de cirurgias eletivas,exames e consultas com especialistas na reunião desta quarta-feira (14). O órgão está realizando uma auditoria interna nos hospitais para melhorar o planejamento, explicou o secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva, aos parlamentares.

A finalidade dessa auditoria é evitar a duplicidade de informações e otimizar o uso de recursos. A melhoria no uso de recursos deve ocorrer com um planejamento que a Secretaria está desenvolvendo para estimar todas as eventuais necessidades de um paciente assim que ele entra na fila. Isso melhoraria o próprio planejamento de contratação e licitação de insumos e exames, explicou o diretor de políticas de saúde da secretaria municipal, Andrei Kolaceke.

Como resumido pelo vereador Cassiano Ucker (Cidadania) ao fim da reunião, o planejamento deve permitir que a Secretaria não fique restrita “a dar conta da semana seguinte ou de no máximo dois meses adiante; mas que seja algo de longo prazo”.

A ideia da auditoria nos hospitais, conforme o secretário, é “ver tudo o que tem parado lá [pedidos de cirurgias em unidades hospitalares] e comparar com [a fila] o que está no sistema”. A auditoria deve durar até o final de agosto.

Essa auditoria já foi iniciada no Hospital Municipal São José e deve ser realizada também nos hospitais Regional Hans Dieter Schmidt, Infantil Jeser Amarante Faria e Bethesda.

O ápice das filas no município ocorreu em fevereiro, quando a cidade chegou a ter uma demanda geral por mais de 151 mil consultas com especialistas, exames e cirurgias eletivas. Há uma diferença, porém, quanto a quem cabe cada tipo de atendimento.

“O município não tem gestão direta sobre a fila de cirurgia eletiva. Nós somos demandadores. Quem autoriza é o Estado, se pode ou não fazer a cirurgia naquele momento”, observou o secretário. O que o município organiza mais diretamente é a fila de consultas com especialistas.

As filas começaram a crescer no ano passado à medida que os procedimentos foram suspensos para o direcionamento dos esforços de Saúde no combate à pandemia de covid-19, explicou Kolaceke.

Isso motivou a secretaria a desenvolver o projeto “Menos Filas”, que tem como objetivo reduzir as filas de cirurgia em 25% até o final do ano. Porém, conforme dados apresentados por Kolaceke, mutirões de cirurgias resultaram na redução da fila em 7% em junho.

Uma série de mutirões têm sido realizados com essa finalidade e já resultaram na quase extinção das filas de alguns tipos de cirurgias, como as de catarata, que em abril já estava reduzida em 99%.

Os mutirões também têm sido realizados para reduzir as filas de exames. Exames como colonoscopia, por exemplo, tiveram seguidas reduções nas filas entre março e junho.

A discussão sobre as filas foi realizada a partir de solicitação do vereador Ascendino Batista (PSD). O parlamentar pediu aos representantes da secretaria explicações sobre o que ocorre com quem se recusa a realizar uma cirurgia.

O diretor do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, Evandro Rodrigues de Godoy, explicou que o paciente precisa “estar pronto” para a realização da cirurgia, o que demanda, entre outras coisas, exames em dia e condições favoráveis do próprio paciente.

Para exemplificar, o diretor do Regional citou as cirurgias bariátricas, que requerem não somente os exames, mas condições específicas de peso do paciente.

Caso o paciente não esteja pronto, explicou Godoy, ele fica numa espécie de reserva, enquanto os seguintes que estejam prontos vão sendo atendidos a cada vez. Quando aquele paciente estiver pronto, entra em seguida. Porém, no caso de uma recusa formal da cirurgia, como a hipótese mencionada por Ascendino, o paciente é simplesmente excluído da fila.

Também participou do debate o vereador Kiko do Restaurante (PSD).